A busca constante pela preservação dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo, especialmente a área conhecida como Berço das Águas por abrigar diversas nascentes de quatro das 25 bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul, motivou o Comitê Rio Passo Fundo a elaborar um ofício solicitando um estudo para definir o melhor enquadramento ambiental para a área. Encaminhado para a Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEADS -, para o Departamento de Biodiversidade - DBIO - e, ainda, para o Conselho de Recursos Hídricos na tarde desta sexta-feira, 29, o documento foi baseado na Resolução 120/2012 , resultado do Plano de Bacia e que define a área como Classe Especial e recomenda, também, estudos de aprofundamento para melhor caracterização do local.
O ofício aborda, além da característica de divisor de águas e abrigo de nascentes, o fato de a área acolher, também, "um amplo patrimônio histórico e cultural do desenvolvimento da região (...) onde está localizada a comunidade do Povinho Velho" que é, de fato, a mais antiga a habitar a área, que ainda hoje está lá assentada e que desde "a sua formação influenciou no crescimento e história dos municípios que a circundam, tendo colaborado para construir a memória patrimonial do Estado". O documento, que visa, portanto, a valorização e preservação do local é, segundo o presidente do Comitê Rio Passo Fundo, Claudir Luiz Alves, um instrumento do Plano de Bacia e que a entidade busca, agora, a concretização do que já foi aprovado no papel. "A nossa ideia é iniciar ações propostas no Plano de Bacia e utilizar recursos, disponíveis no Fundo de Recursos Hídricos, em opções de melhora da qualidade da água, mas, principalmente, na proteção, conservação e preservação de nascentes. Propomos, através desse ofício, a solicitação de um estudo mais aprofundado para verificar a melhor classificação da área, que já está enquadrada como Classe Especial, baseado no que diz o próprio Plano de Bacia que sugere, ainda, a criação de uma Unidade de Proteção Integral na área", explica Alves.
Apresentado na Plenária do Comitê, o documento foi aprovado e endossado pelas entidades membro. "Não podemos negligenciar o que diz o Plano de Bacia e, por isso, queremos que o Berço das Águas receba a atenção devida. O anseio não é apenas do Comitê, mas traduz também a preocupação de toda população abrangida e abastecida pela área - o correspondente a aproximadamente 50% dos municípios gaúchos", conclui o presidente.