O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Alimentícia de Passo Fundo entrou com um pedido no Ministério Público e no Ministério do Trabalho para solicitar o cancelamento de todas as demissões realizadas pela Minuano na segunda-feira (02). Segundo o presidente do sindicato, Miguel dos Santos, quando se trata de um fechamento coletivo, a empresa deve negociar com o sindicato, o que não ocorreu. “Nós tivemos audiência no Ministério Público, com a presença do Ministério do Trabalho e no entendimento deles a Minuano deveria ter sim negociado com o sindicato”. Como essa negociação não ocorreu, a Justiça deu um prazo de 24 horas para que a empresa se manifeste. Até hoje, às 13h, a Minuano deve dizer se abrirá ou não uma negociação com o sindicato. Caso isso não acontecer, será feita uma ação civil pública para pedir o cancelamento de todas as demissões. “Eles procederam de forma errada. Eles não deveriam ter fechado a empresa assim de madrugada e ir embora. Nós não concordamos com isso. Nós temos pessoas em situação instável, casos de acidente de trabalho, gestantes, e eles não consideraram isso e demitiram todo mundo. Nós não vamos aceitar”. A posição do sindicato não é favorável a um acordo, mas sim ao cancelamento de todas as demissões.
Posição da empresa
A Companhia Minuano de Alimentos, com sede em Lajeado, expediu nota nesta terça-feira, explicando oficialmente os motivos que levaram ao fechamento da unidade de Passo Fundo e a demissão de 300 trabalhadores. Segundo a nota, vários foram os motivos para a suspensão das atividades, que passa desde o encerramento de um contrato de prestação de serviços com a JBS, no ano de 2014, até a conjuntura econômica nacional, que historicamente não favorece a atividade empresarial no país, tornando o denominado “custo Brasil” cada vez mais pesado. “Vale lembrar ainda, as leis e regulamentos utópicos e descontextualizados, os quais retiram completamente o poder de concorrência das atividades industriais desenvolvidas no Brasil se comparadas àquelas desenvolvidas fora do país”, diz o comunicado.
Neste contexto, segundo a empresa, cita-se ainda as investidas de órgãos fiscalizadores e jurisdicionais, as quais na grande maioria não levam em consideração as dificuldades diárias vivenciadas pelas empresas, seja com aplicação de multas, seja por manobras e entendimentos desproporcionais, que acabam por retirar o fôlego financeiro das empresas, as tornando pouco atrativa aos olhos de investidores. A empresa diz que , superadas as barreiras que se apresentam no momento não deixará de se empenhar para retomar as atividades no mais curto espaço de tempo, prosseguindo com a geração de empregos diretos e indiretos como ocorreu ao longo dos últimos 30 anos.
Disse que manterá a postura adotada ao longo dos anos, garantindo e observando todos os direitos trabalhistas de seus colaboradores, até mesmo em relação aos prazos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho, evitando assim qualquer prejuízo aos mesmos.
Atualizada às 18h