Os funcionários que foram até a empresa Minuano na manhã de ontem para trabalhar, após a decisão judicial do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS) que cancelou as demissões de mais de 300 pessoas, não conseguiram entrar na empresa. Sem informações claras a respeito da situação, o Sindicato dos trabalhadores da Indústria Alimentícia de Passo Fundo permanece tentando negociar com a empresa uma solução razoável para todos os envolvidos.
A trabalhadora Janaína Rodrigues, 22 anos, sustenta a família de três pessoas com o salário que recebe na Minuano. Há cerca de quatro anos e meio na empresa, ela foi uma das 300 pessoas surpreendidas com a demissão em massa. Ela conta que os funcionários foram demitidos e não foram oferecidas garantias nem para quem tinha algum tipo de estabilidade. Ela e a colega Liara da Veiga, 25 anos, chegaram a ir até a empresa na manhã de ontem, mas não puderam entrar para trabalhar. “A gente liga para saber e não atendem ou desligam na cara”, conta.
O presidente do Sindicato, Miguel dos Santos, explica que todos os contratos de trabalho que haviam sido rescindidos estão em vigor e os trabalhadores devem aguardar um comunicado da empresa para voltarem a trabalhar. “Estamos ouvindo o próprio presidente da associação dos produtores ressaltando o crescimento do setor avícola e esperamos que a Minuano reconsidere e volte a operar. Em Passo Fundo, a empresa abatia de 70 a 75 mil aves por dia para a JBS que é o segundo lugar mundial no setor de carnes”, pontua. Ele destaca que os abates que eram feitos em Passo Fundo, pela Minuano para a JBS, passaram a ser feitos em Trindade do Sul, onde a JBS comprou uma unidade da Agrodanieli.
Os advogados representantes do sindicato esperam que a empresa apresente uma proposta razoável para que possa elaborar uma contraproposta, já que a empresa procedeu as demissões sem negociação prévia com o sindicato, nem comunicado anterior aos funcionários. “É perda para o município e para toda comunidade. Esperamos que a Minuano abra as negociações com o Sindicato”, finalizou. A empresa foi procurada, mas até o fechamento desta edição não havia se pronunciado sobre a decisão da justiça de reverter as demissões.
Funcionários não retomam trabalho
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