Algumas das rodovias federais de todo país começaram o dia de ontem (10) bloqueadas: manifestantes saíram às ruas para protestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Estima-se que tenha havido interdição em, pelo menos, oito estados e no Distrito Federal. Em Porto Alegre, o acesso ficou limitado devido a um protesto na BR 290. Além das regiões metropolitanas, os protestos também foram registrados na região.
O trecho da BR 285, entre Passo Fundo e Carazinho, foi fechado logo no início da manhã. Com bandeiras e faixas onde se lia 'não vai ter golpe', os manifestantes liberavam o trânsito de 15 em 15 minutos. A ação foi encerrada por volta das 13h, no Trevo da Bandeira, em Carazinho. A ponte do Goio-en, divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, também foi interditada pela manhã. A liberação aconteceu por volta das 14h30, como apontou a Polícia Rodoviária Estadual de Nonoai.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizadora do Dia Nacional de Paralisação, divulgou nota apontando que 16 estados e o Distrito Federal participaram da mobilização. Presente na manifestação, a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF-RS) afirmou em nota que a mobilização foi em defesa dos direitos dos agricultores familiares contra o 'golpe'. Segundo a entidade, o protesto representou a resistência e luta pelos direitos da classe e o posicionamento favorável à democracia. “A manifestação oportunizou chamar a atenção da sociedade para a perda de direitos em um eventual governo Temer e, ao mesmo tempo, externalizar que a agricultura familiar está em luta pelo que já conquistou”, enfatizou a coordenadora da entidade, Cleonice Back.