OPINIÃO

E agora?

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Não sei estimar essa temperatura do sol que me invade às 13 horas dessa quinta. O fato é que estou no mini Central Park de Passo Fundo, a Praça Tamandaré, a praça de minhas histórias. Olho mais uma vez e me fascino pelo contraste do verde das copas das árvores tendo como papel de parede o azul intenso, presente de Deus para os nossos olhos. Quando eu me for certamente essa visão é uma das que mais sentirei falta. Caminho para lá e para cá e parece que cada árvore guarda uma história de minha juventude. Quase todas as paixões que tive têm a ver com esse lugar. Num tempo marcado pela timidez eu sonhava que sabia abordar uma garota e quando conquistada...bem, quando conquistada...quando conquistada...cara, e agora? Quem poderá me ajudar?
Pois é, a gente cansou da sangria e colocamos gatunos na cadeia. É bem verdade que tem mais espaço no xilindró e há mais gente a ocupar a carceragem. E depois disso, que faremos? Parece que esse foi o tema de Marcel Van Hatten – depois do impeachment, na UPF. Penso que devemos consolidar as instituições e impregnar os setores de mecanismos de controle sobre gastos públicos porque o homem, ah o homem...Não precisamos de messiânicos, o país deve ser governado por um cidadão comum, ciente de suas obrigações com o dinheiro público, não podemos sermos conhecidos como o país do eterno jeitinho. O próximo presidente ou os próximos governantes, provavelmente de um regime parlamentarista deve ser recheado de homens comuns e não de carreiristas que se alternam cronicamente no poder e nas benesses deste.
Em janeiro de 1972 o Grêmio de Oto Glória estreou Mazinho (tio do zagueiro Cleber – ex-Palmeiras), centroavante adquirido do Santos, numa partida contra o Newell’s Old Boys e o cara fez 3 gols. Rádio Guaíba transmitiu com Pedro Carneiro Pereira, Lauro Quadros, João Carlos Belmonte, Lasier Martins e Antônio Augusto no plantão. Lauro disse que Mazinho era quase o cara porque o cara. O cara mesmo, era o meia esquerda que também estreava e fora comprado do time argentino visitante. Tratava-se de Alfredo Domingo Oberti, El Mono. Tu devias ter visto esse cara jogar. Precisamos desses caras de apoio, capazes de deixar a gente pifado, na cara do gol. A construção de um país se faz assim, pela construção da estrutura para que haja brilho. Se assim não for, aparece um salvador da pátria para acabar com o sonho. O Oberti é o pai e a mãe, é o professor na sala de aula, é o amigo do peito que te rodeia, é a namorada que acredita em ti, ou seja, as pessoas bacanas no entorno de nós. Há o céu e as copas das árvores e a temperatura agradável que o sol traz para fazer perceber, ainda uma vez, como a vida pode ser simples e bonita e será se estivermos rodeados de pessoas que possam pifar as outras.

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