Das 71 mortes registradas por Gripe A no Rio Grande do Sul, nove são de cidades que pertencem a 6ª Coordenadoria Regional de Passo Fundo (CRS). Os dados são do boletim epidemiológico apresentado ontem (3) pela Secretaria Estadual de Saúde. Do total de vítimas, todas eram pertencentes aos grupos de risco, como informou o coordenador da regional, Douglas Kurtz. Na região foram distribuídas, ao todo, 204 mil doses para 22 municípios, resultando em 92,5% da população estimada.
Os municípios com registro da doença, até o momento, são Carazinho, Ibiraiaras, Gentil, Lagoão, Machadinho, Marau, Não Me Toque, Passo Fundo e Tapera. Em Passo Fundo foram registradas três mortes em decorrência da doença e 15 casos confirmados. No entanto o número pode aumentar. “Ainda temos algumas amostras em análise enviadas para a Secretaria Estadual de Saúde, mas a princípio esta vacinação em massa tende a reduzir a epidemia”, pontuou o secretário municipal de saúde, Luiz Arthur Rosa Filho.
A 6ª CRS afirma que, ao todo, foram enviadas 170 amostras para análise, sendo 53 casos confirmados. Outras 25 amostras aguardam resultados. “Esses dados são desde o começo do ano. Nosso dado é maior que o divulgado porque temos acesso a eles desde o seu envio, através do Sistema de Notificações”, explica Kurtz. Até agora o estado contabilizou 384 casos confirmados das Influenza H1N1 e H3N2. Destes, 58,8% estão na região metropolitana e outros 10,7% na região norte. A capital gaúcha já confirmou 108 casos da doença e 12 mortes.
Passo Fundo não deve receber novo lote de vacinas
Com a meta de imunizar grupos de risco e prioritários alcançada, a região não deve receber novas doses da vacina para a Gripe A. Em Passo Fundo, mais de 72 mil doses foram distribuídas, o que resulta em uma cobertura de 95,25%. “A cobertura atingida já nos dá tranquilidade, mas salientamos que a população continue usando álcool gel e que o médico seja procurado a partir de qualquer sintoma”, afirmou Rosa Filho. De acordo com a coordenadora de Vigilância em Saúde do município, Caroline Gosch, o balanço é positivo já que tanto os grupos de risco (grávidas, crianças de até seis anos e idosos, por exemplo) quanto grupos prioritários (professores e agentes da segurança pública) foram vacinados, bem como parte da população geral, que pôde receber algumas das doses restantes no início desta semana. Agora as vacinas estão guardadas para a segunda dose do grupo de crianças de até seis anos – que devem ser aplicadas daqui 30 dias – e gestantes que durante a campanha não puderam receber a dose em decorrência de outros tratamentos de saúde. No estado, 90% da população estimada pela campanha já foi imunizada.
Como distinguir a Gripe A da gripe normal?
A Gripe A não é sinônimo de nariz escorrendo ou febre por uma noite. “O paciente tem muita dor no corpo, dor de cabeça, indisposição a tudo. É uma doença mesmo, não é um resfriado. Essa diferenciação não é tão simples, por isso a recomendação de procurar o médico imediatamente”, explica o secretário municipal de saúde.