O analfabetismo político na visão da Filosofia

O tema da 12ª edição do projeto “O que a Filosofia tem a dizer sobre” foi analfabetismo político. O assunto foi discutido na noite de segunda-feira (6/06), no auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). A mesa de debate contou com os professores Luis Francisco Fianco Dias e Andrei Luiz Lodéa. Participaram da iniciativa, promovida pelo curso de Filosofia da UPF, acadêmicos, professores e demais interessados no assunto. 

O analfabetismo político envolve a falta de consciência política e de discutir política de forma crítica. “O analfabetismo político é a incapacidade de pensar de forma crítica e, principalmente, autocrítica. É essa tendência a recair no conforto de ser conduzido por discursos de um líder ou de determinada ideologia, por uma posição política pré-concebida, que se recusa a olhar a realidade nos seus nuances complexos”, explicou Luis Francisco Fianco Dias.

O professor também enfatizou a necessidade de as pessoas refletirem sobre a necessidade de um discurso atual mais coerente e menos personalista. “É importante pensar essa postura política do nosso cotidiano a partir de uma perspectiva crítica e, principalmente, para parar de radicalizar posições e de criar discursos políticos pautados pelo ódio, pela raiva. É preciso que as pessoas façam uma reflexão de forma mais coerente e global e menos personalista como vem sendo feito”, destacou Fianco.

O descrédito em relação à prática da política, à falta da educação política, entre outros tantos fatores, são alguns dos exemplos que levam as pessoas a não querer falar sobre ela e, quando resolvem falar, não têm conhecimento suficiente ou não aceitam opiniões divergentes. “Não somos educados a pensar politicamente. Foi criado nas pessoas certo preconceito sobre aquilo que é política e elas se afastam. Até certo tempo atrás, dizíamos que as pessoas não participavam, porém, agora, elas estão participando, mas de maneira negativa, utilizando linguagem, na maioria das vezes, intolerante, desrespeitosa, e não aceitam as opiniões divergentes. Vivemos em um mundo em que existem diferenças e parece que algumas pessoas não estão preparadas para essas diferenças”, observou o professor Andrei Luiz Lodéa.