OPINIÃO

Armagedom

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O Filme Armagedom, estrelado em 1998 pelos atores Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Ben Affleck, com a direção de Michael Bay, filme dos gêneros: ficção científica e ação. A história do filme se deu após uma chuva de pequenos meteoros que atingem a Terra (incluindo Nova York), a NASA se dá conta de que um asteroide do tamanho do Texas está em um curso de colisão com o nosso planeta.
O asteroide se aproxima da Terra à uma velocidade 35.000km/h. e, se o choque acontecer, qualquer forma de vida deixará de existir na Terra, exatamente como o que exterminou os dinossauros 65 milhões de anos atrás. Restando apenas 18 dias para o choque entre a Terra e o asteroide, a única solução possível é enviar astronautas em um ônibus espacial até a superfície do asteroide e lá perfurar 800 pés para colocar um bomba nuclear, detonando-a por controle remoto.
Para cumprir tal missão é convocado o mais famoso perfurador de petróleo (Bruce Willis) a grandes profundidades do mundo, que exige formar sua equipe com técnicos que têm um comportamento nada convencional para os padrões do governo. No Brasil, o Armagedom não é filme de ficção, é de ação pura, com histórias das mais divertidas e aterrorizantes: pornografia política; chantagem; corrupção; submissão; delações; conspirações. Nosso Armagedom tem como atores principais as facções do PT e do PMDB.
O primeiro, fundado nas bases sociais, patrocinado pela Igreja Católica, apoiado pelas Comunidades Eclesiais de Base (CEBES), construiu um patrimônio político e social que nenhum outro partido foi capaz de construir no Brasil. O segundo, o PMDB, ativo na luta contra a ditadura, denominado MDB, tornou-se PMDB, no bipartidarismo, e uma constelação de lideres regionais que se unem, sob a égide da governabilidade.
Para o jornalista Josias de Souza, o conteúdo das últimas delações premiadas da Lava Jato, além das cenas da já conhecida promiscuidade nas altas esferas da política entre os que lutam para se firmar no Planalto e os que brigam para retornar, revela um cenário típico de guerra entre facções criminosas pelo controle dos negócios do poder.
Sérgio Machado, o delator do PMDB, disse ter repassado R$ 70 milhões roubados da Transpetro para Renan Calheiros (R$ 30 milhões), Romero Jucá (R$ 20 milhões) e José Sarney (R$ 20 milhões), uma troica de cardeais que Michel Temer afaga, para evitar que o roteiro do impedimento de Dilma desande no Senado.
Marcelo Odebrecht, o delator dos delatores, avisou que seu alvo mais reluzente será Dilma. Ele conta que as arcas da reeleição de Dilma foram abastecidas com dinheiro de propina. Algo que, aliás, a força-tarefa da Lava Jato já havia farejado ao rastrear o envio de R$ 3 milhões da construtora Odebrecht para uma conta aberta na Suíça por João Santana, além do repasse de R$ 22 milhões em dinheiro vivo ao marqueteiro da reeleição. Segundo Josias de Souza, enquanto PT e PMDB se acusam mutuamente, os dois lados simulam interesse em interromper o fluxo de propinas, acabar com a política de acobertamento e do compadrio. Ou seja, prometem acabar com seus valores mais tradicionais.
O PT viveu e vive o seu Armagedom, com o afastamento da Presidente Dilma, e todas as evidências levantadas pela lava jato, praticamente implodiram com o partido. O PMDB está vivendo seu Armagedom, os segredos dos argumentos usados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir as prisões de quatro caciques peemedebistas alarmam o PMDB e o Palácio do Planalto. Janot solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) as prisões do ex-presidente José Sarney, do senador Romero Jucá e dos presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, respectivamente. No caso de Sarney, o pedido é detenção domiciliar com uso de tornozeleira.
O armagedom é uma palavra que está na Bíblia e significa o lugar onde acontecerá a batalha final entre as forças do bem e do mal. O Brasil e sua classe política vivem o seu “armagedom”, Brasília é o grande palco da batalha final entre as forças do bem e do mal ou entre PT e PMDB. A dúvida dessa batalha é que a população de uma maneira geral não consegue identificar quem representa o bem e o mal, os políticos e os partidos políticos, absolutamente todos, parecem representar somente o mal, ou seja, seus interesses e a própria sobrevivência da espécie e nada mais. Felizmente vivemos em uma democracia, somente com mais democracia e transparência conseguiremos superar todos os desafios que estão postos.

Adriano Jose da Silva
Coordenador da Escola de Administração da IMED

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