Escolas são proibidas de vender bebidas alcoólicas

Por estarem em greve, muitas das escolas estaduais deve postergar a programação das festas juninas

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A Escola Municipal Santo Antônio, do bairro Ricci, optou por não servir quentão neste anoA Escola Municipal Santo Antônio, do bairro Ricci, optou por não servir quentão neste ano
A Escola Municipal Santo Antônio, do bairro Ricci, optou por não servir quentão neste ano
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A comemoração junina da Escola Municipal Santo Antônio, do bairro Ricci, é sempre tradicional: tem bandeirolas, balões de São João, venda de pé de moleque, pipoca, dança da quadrilha e pescaria. Só um detalhe ali é diferente: o quentão, bebida típica da festa popular, não figura na lista dos itens servidos. “Ninguém gosta de tomar quentão morno, então como não dá para fazer com vinho, resolvemos tirar do cardápio”, explica a diretora Márcia Maraschin, enquanto mostram a decoração já pronta para a festa que acontece hoje, das 10h às 16h, no pátio da escola.

 

E o quentão não faz falta na comemoração. “É proibido e temos que respeitar. Não tem problema, a gente dá nosso jeito”, conta a professora Luciane de Oliveira. O que acontece é que o consumo de todo e qualquer tipo de bebida alcoólica não é permitido dentro das escolas. Neste caso, o quentão ganha maior atenção por levar em sua receita tradicional o uso de vinho. A não permissão de bebidas alcoólicas em festas escolares faz parte de um pacote de ações preventivas que atuam no âmbito escolar, promovido pela Promotoria Regional de Educação. Sua abrangência, iniciada em 2004, cobre todas as escolas do município – desde as públicas até as particulares.

 

E para ajudar a prevenir esta ação nas escolas, o Ministério Público organiza anualmente uma comissão de fiscalização que atua diretamente nas escolas. Participam representantes da Brigada Militar, Conselho Tutelar, Secretaria de Educação e Coordenadoria Regional de Educação. A boa notícia é que, depois de mais de 10 anos de trabalho nas escolas, a cultura de não utilizar e vender bebidas alcoólicas já está difundida na comunidade escolar. “Houve uma mudança efetiva nas escolas, mas continuamos fazendo as reuniões ressaltando a recomendação para que os próprios professores e coordenadores pedagógicos, por exemplo, possam subsidiar ações deste sentido nas escolas, porque muitas vezes as pessoas querem vender não apenas o quentão com vinho, mas outras bebidas como cerveja e afins. Isso é proibido e é nosso papel fiscalizar”, destaca a promotora responsável, Ana Cristina Ferrareze Cirne. O projeto também prevê o combate de consumo nas festas de formatura das escolas da comarca – Ernestina, Mato Castelhano, Pontão, Coxilha, Sertão e Ciríaco.

 

Como é feita a fiscalização

Conforme o representante da Brigada Militar na comissão, o sargento Jorge Augusto Graeff, a fiscalização é realizada na verificação dos utensílios utilizados para produzir a bebida. “Provamos a bebida para ver se tem álcool. Se tiver no quentão ou qualquer outra venda de outros tipos de bebidas alcoólicas, os responsáveis e a bebida são encaminhados ao plantão da Polícia Civil, onde é lavrada a ocorrência”, explica. Mas o sargento Graeff afirma que estas situações não costumam acontecer. “Faço parte da comissão há três anos e o pessoal tem respeitado. Não temos maiores problemas”. A direção da escola é essencial na fiscalização, bem como a comissão. Já o consumo de bebida alcoólica fora da escola, como, por exemplo, nas calçadas arredores, é permitido – para maiores de 18 anos, conforme previsto em lei. “Se algum adolescente da escola em questão for flagrado consumindo na calçada ou na rua, pode ser registrada uma ocorrência policial. Mas, claro, tudo depende de provas e análise do processo”, destaca a promotora.

 

Escolas em greve

Por estarem em greve, muitas das escolas estaduais deve postergar a programação das festas juninas. “Tínhamos a nossa marcada para o dia 24 deste mês, mas como estamos parados não vamos organizar nada até a volta das aulas”, afirmou a professora do EENAV, Denise Colombelli. Segundo ela, mesmo que o retorno aconteça em breve, a comemoração seria transferida para o próximo mês por conta da organização. Atualmente estão paradas as escolas EENAV, Protásio Alves, Fagundes dos Reis, Eulina Braga, Antonino Xavier e Oliveira, Anna Luísa Ferrão Teixeira, Cecy Leite Costa, Alberto Pasqualini, Adelino Pereira Simões, Arcoverde e Ernesto Tochetto.

 

Calendário junino

 

10/06

EMEF Santo Antônio – 10h às 16h

EMEF Senador Pasqualini – 14h

 

11/06

EMEF Eloy Pinheiro Machado – 13h às 17h

EMEF Frederico Ferri – 14h às 18h

EMEF Wolmar Salton – 12h às 17h

EMEF Zeferino Demétrio Costi – 13h30

EMEF Georgina Rosado – 13h

EMEF Lions Clube – 13h às 17h

EMEF Romana Gobbi – 8h às 16h

EMEF Arlindo Luiz Osório – 14h às 18h

EMEF Benoni Rosado – 13h30 às 17h30

EMEF Coronel Lolico – 13h

EMEF Dyógenes Martins Pinto – 9h às 16h

EMEF Irmã Maria Catarina – 13h às 17h

EMEF Padre José de Anchieta – 13h30

EMEF Santo Agostinho – 13h às 17h

EMEF Cel. Sebastião Rocha – 13h às 17h

EMEF Daniel Dipp – 13h às 17h

EMEF Dom José Gomes – 13h30 às 17h30

EMEF Arlindo de Souza Mattos – 7h20

EMEF Fredolino Chimango – 13h às 17h

EMEF São Luiz Gonzaga – 13h30 às 17h30

EMEF Urbano Ribas – 13h30

EMEF Leão Nunes de Castro – 14h às 16h

EMEF Profª Olga Caetano Dias – 8h às 16h 

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