Cada vez mais utilizado em pesquisas, o peixe-zebra é um modelo experimental em ascensão, o que é justificado em razão de que apresenta características fisiológicas semelhantes às dos seres humanos e pela sua praticidade de utilização em laboratórios. Acompanhando essa realidade e de olho em novas possibilidades de gerar conhecimento pela ciência, o Laboratório de Fisiologia de Peixes, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Bioexperimentação da Universidade de Passo Fundo (PPGBioexp/UPF), com o apoio do projeto de biorrefinarias de microalgas do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA), realizou investimentos, ampliando o seu uso e possibilitando novas parcerias.
O zebrafish, como também é conhecido, é utilizado em várias áreas, como a neurociência, a farmacologia e a toxicologia. Estudos recentes revelam que o seu comportamento tem grande importância na pesquisa biomédica para estudos sobre drogas, além de ser um modelo potencial para estudos de características sociais e patológicas como no transtorno do autismo, descoberta de novas drogas, estudos de estresse, ansiedade e relação entre presa e predador.
Na opinião do coordenador do laboratório, professor Leonardo José Gil Barcellos, o investimento foi feito para que mais pesquisas sejam realizadas, visto que o modelo animal já é bastante utilizado na Universidade. “Agora temos um sistema moderno de manutenção e criação do zebrafish. Um espaço amplo e de alta tecnologia, pronto para desenvolver nossos trabalhos e também para que outras instituições possam ampliar seus estudos, colocando a Universidade ainda mais em destaque. Esse modelo é fundamental hoje. Tirando modelos para pulmão e dentes, ele pode ser usado para todo tipo de pesquisa”, brinca Leonardo.
Com as novas instalações, o Laboratório conta com mais espaços, equipamentos e infraestrutura para atender à demanda da Instituição e dos parceiros. As atividades são desenvolvidas junto ao prédio do curso de Medicina Veterinária.
Segundo Barcellos, o Rio Grande do Sul é o estado que mais utiliza o modelo experimental e a UPF é a terceira maior força de pesquisa nessa área no Brasil. Recentemente, duas dissertações abordaram o tema. Da aluna Débora Fior, o trabalho “Neofilia e neofobia: é possível separar esses fenótipos comportamentais e modulá-los farmacologicamente em peixe-zebra?”, e da aluna Fernanda da Silveira Dametto, a dissertação “A rotina alimentar interfere no comportamento de peixe-zebra?”, ambas orientadas por Barcellos.