Mobilização segue mesmo com desocupação por ordem judicial

Representantes do movimento de ocupação em Passo Fundo fizeram coletiva na manhã de ontem e pedem apoio de pais e estudantes para dar força às reivindicações

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Ocupantes convidaram pais e estudantes para irem até as escolas ocupadas e conhecer o movimentoOcupantes convidaram pais e estudantes para irem até as escolas ocupadas e conhecer o movimento
Ocupantes convidaram pais e estudantes para irem até as escolas ocupadas e conhecer o movimento
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Os representantes do movimento que ocupa dez escolas estaduais em Passo Fundo realizaram na manhã de ontem uma entrevista coletiva. Eles explicaram os rumos do movimento caso tenham de desocupar as escolas por medida judicial e convidaram pais e estudantes para se unirem a eles a fim de dar mais força ao movimento que busca melhorias na educação pública estadual. A coletiva foi realizada no Colégio Protásio Alves. Os estudantes Leonardo Menezes, da Escola Eulina Braga, Brenda Sampaio, do Protásio, Alisson Lorenzato do Cecy Leite Costa e Bruno Aneres da Alberto Pasqualini representaram os estudantes das escolas. Eles destacaram que até o momento o governo do Estado não sinalizou positivamente para atender as reivindicações dos ocupantes e que muitas pessoas tem criticado o movimento sem conhecer seus objetivos e o funcionamento. Eles pedem a revogação dos PLs 44 e 190.
Conforme Menezes, o movimento é independente e as ocupações continuariam mesmo que a greve dos professores estaduais fosse encerrada. Nos últimos dias algumas escolas ocupadas em Passo Fundo tiveram portões fechados com correntes e cadeados. Brenda explica que essa medida foi tomada porque o movimento não estava sendo respeitado e as aulas continuavam acontecendo. Esta foi a medida encontrada para dar força ainda maior ao movimento.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE-RS) ingressou com uma ação civil pública com pedido de liminar para garantir a realização de aulas e o acesso pacífico de alunos às instituições ocupadas da rede pública estadual. A ação foi protocolada na Vara da Fazenda Pública do Foro Central de Porto Alegre na tarde de segunda-feira (13). Os estudantes destacam que caso recebam uma ordem judicial para desocupar as escolas, eles não entrarão em confronto e farão tudo dentro dos prazos determinados. No entanto, o movimento continuará de outra forma até que tenham as reivindicações atendidas.

Intolerância
Durante a entrevista coletiva, os estudantes relataram atos de intolerância praticados por pais e também por pessoas da comunidade que não estão envolvidas com as ocupações. Eles relataram que houve casos em que garrafas de bebidas alcoólicas foram jogadas para dentro de escolas a fim de denigrir a imagem do movimento. Além disso, houve quem ameaçou bater nos estudantes e um deles chegou a ser atingido por um cuspe. “O que estamos lutando, não somos só nos que vamos usufruir. Toda comunidade gaúcha vai aproveitar”, enfatiza Menezes. O convite é para que pais e estudantes que tenham dúvidas sobre os motivos e funcionamento das ocupações possam ir até as escolas para conversar com os ocupantes e conhecer a mobilização.

Ato público
Nesta quinta-feira os estudantes realizam um ato público e plenária na Câmara de Vereadores. Às 18h os estudantes se reúnem na Esquina Democrática (Avenida Brasil com a Rua Bento Gonçalves), após seguem em caminhada até a Câmara onde, às 19h, acontece plenária.

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