Associada a análise genética, a medicina de precisão tem foco especial em certas anomalias moleculares especificas presentes em um câncer. Isso tem o potencial de aumentar as opções e a eficácia no tratamento de certos tipos de câncer, segundo pesquisas divulgadas nos Estados Unidos.
Ao contrário da quimio e da radioterapia, a medicina de precisão permite preservar as células sadias. Este pensamento junto com a imunoterapia, que potencializa o sistema imunológico para destruir as células tumorais, estão revolucionando a oncologia.
Este é o resultado de um estudo apresentado na ultima semana na ASCO – maior congresso de oncologia do mundo, em Chicago. Dos 129 participantes do teste, 29 afetados por 12 tipos de câncer em estágio avançado, responderam positivamente a moléculas que não tinham sido aprovadas para o tratamento destes tumores pela agência americana de medicamentos, a FDA.
Um dos exemplos mais promissores desta abordagem foram comprovados em pacientes portadores de uma mutação específica chamada HER2. Sete em cada vinte deles sofriam de câncer colorretal, três em cada oito tinham tumor na bexiga e três em seis, de câncer nas vias biliares. Em todos eles, o tumor diminuiu pelo menos 30% com o uso de um medicamento específico contra esta mutação .
Nos 58 estudos deste tipo na ASCO deste ano, que recorreram à medicina de precisão, os tumores diminuíram em mais de 31% quando as moléculas empregadas no tratamento estavam dirigidas especificamente aos pontos fracos do tumor. Da mesma forma os efeitos colaterais dos pacientes foram muito mais discretos que o da quimioterapia / radioterapia.
Estudos deste tipo revelam o grande potencial da medicina de precisão para ajudar a identificar novos tratamentos para a cura e controle do câncer.
Luis Alberto Schlittler - oncologista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica (CITO). Responsável Tumores Gastrointestinais, Sistema Nervoso Central e Pulmão.