Em Sonhos Tropicais Moacyr Scliar descreve os passos iniciais do sanitarista Osvaldo Cruz nos anos finais de 1800. Há uma passagem em que um professor apresenta a seus alunos um telescópio apontado para as estrelas e, a seguir, um microscópio mirado em um micro-organismo qualquer. Queria demonstrar, o professor, que era extremamente difícil saber onde habitavam os maiores mistérios: se fora de nós ou dentro.
A ciência define o funcionamento do corpo humano de maneira bem didática. Somos seres dependentes de disparos elétricos permanentes. Os estímulos elétricos produzem estímulos químicos que se tornam fenômenos biológicos. E aí está a compreensão da dinâmica da vida que tem por princípio a física. Sempre fui ruim em física e matemática e a gente tem por ideia que as professoras mais maldosas eram as de matemática com exceção, é claro, das queridas Sirlei Costamilan, Geni Zanin e daquela máquina que dava aula de matemática no Gama Vestibulares em 1975. Era a matemática aplicada, nossos olhos implacáveis seguiam todos...todos os femininíssimos movimentos daquela loura e eu seria capaz de passar a semana inteira em aulas de matemática sem me exaurir. Pena que era bem casada, além disso nem sabia que existíamos. Lembra dela...da matemática... quero dizer, caro Voltaire Borges?
A fisiologia humana é bem compreendida, somos máquinas tal qual um automóvel. Se fazemos manutenção permanente é possível que tenhamos longevidade. O que não sabemos explicar á como uns de nós são como um dínamo e outros são pasmados. Onde nasce o pensamento, a paixão, a garra, de onde vêm os sonhos?
Juscelino, o Peixe-Vivo, era arrebatador. Os inimigos políticos que chegavam para tentar dizimá-lo quedavam-se, no entanto, quando a máquina Juscelino se aproximava. Era uma aperto de mão em que ele utilizava ambas as mãos e um sorriso extremamente iluminado, além da pronúncia correta do nome completo do agora ex-oponente. O magnetismo do Peixe-Vivo derrubava qualquer fronteira. De onde vem isso tudo? Essa força brota de que estímulo? Como explicar que a loira professora era tão intensa e eu e o Voltaire de uma luminosidade quase nula?
O legal, caro leitor, que tu já vens com o dispositivo de luz de graça, como um presente a mais do Criador. Está à disposição. O poder de arrebatar, o poder de modificar, o poder de iluminar foi instituído em nós como um chip. Uns utilizam-no, outros aplaudem, outros nem sabem que existe. Não é admirável esse mundo desconhecido? Sim, é admirável e factível. Nem todas as coisas são factíveis, somente em sonhos, talvez, como a professora de matemática.
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