Sinceramente, às vezes nos aflige a idéia do quanto é penoso para pessoas responsáveis que pertencem a um segmento de pensadores do cotidiano. Não deve ser fácil a missão de ler os fatos decorrentes das verdadeiras atrocidades que foram e continuam sendo cometidas contra a sociedade e a nação. Entre a angústia e perplexidade da corrupção, a vontade de emitir opinião sumária, a própria pele sangra agruras de um estado de injustiça perante o crime. O que se apresenta como irresistível revolta mistura-se ao apelo por atitudes conseqüentes. Por isso é preciso perceber conteúdos abalados pelos grupos de ódio disseminados pela internet, nas mídias, principalmente nas faces que se sentem confiantes por suposto anonimato. Isso não ajuda, prejudica. Sem omissão, é preciso correr o risco de novos confrontos urgentes. Fala-se na hora revolucionária! Os focos mais perversos escancarados não devem ser encobertos sob qualquer hipótese. A corrupção sistêmica está revelada “coram populo” (diante do povo). Este é o fato novo que perplexa todos e, felizmente, também os que se julgavam soberanamente inatingíveis pelo rigor da lei que temos. A reciclagem do mal é rápida, mas há esperança de mudar esta história!
Ambientalistas mortos
É estarrecedora a cifra da violência contra ambientalistas no Brasil. A Organização não governamental Global Witness aponta recorde no país. Em 2015 foram mortos 50 ambientalistas. Pessoas que lutam por equilíbrio na natureza, por ar, água e vida!
Arautos do ódio
O deputado Bolsonaro pode responder processo de cassação do mandato ou penalidade alternativa por incitação ao crime contra a humanidade. Alega que tem imunidade de opinião e reafirma o direito de usar a tribuna para tecer loas ao carrasco Carlos Alberto Ustra, que foi torturador e assassino. Entendemos que a imunidade não é direito absoluto no âmbito da liberdade de manifestação. Ainda, no Supremo tramita denúncia por incitação ao estupro, feito na tribuna. Se pensarmos em estancar feridas históricas, é urgente sanear o foco de vurmo. Nos EUA estão disseminados centenas de focos de ódio racial, homofobia, xenofobia contra muçulmanos e latinos. Onda crescente neste sentido preocupa.
Siglas são siglas
Nem precisamos perder tempo em fulminar siglas partidárias, na ânsia de eliminar corrupção. Os agentes sim devem sentir a firmeza nas punições ao crime organizado, caso contrário eles mudam de sigla ou se infiltram danosamente em partidos e instituições criadas para o bem.
Retoques:
* Autoridades do trânsito municipal precisam avaliar a movimentação na General Osório, próximo ao antigo estádio do Gaúcho. Motoristas não respeitam a faixa de segurança para pedestres. Devem ser revitalizadas. E a velocidade assusta!
* Persiste a estratégia contra punição de escândalos envolvendo barões da política. A meta é atacar Janot e barrar investigações. Algo está invertido. É como se diz: tem poste querendo mijar no cachorro!
* A beleza e utilidade das obras realizadas na Gare deram ânimo à vida da cidade. Coisa boa mesmo. Além das condições primorosas de comercialização dos produtos da Feira do Produtor, a área torna-se espaço generoso para a convivência aberta a todos, para encontrar pessoas. Missão de governo e benefício para o povo.
* A importância dos jornais na memória e defesa ideológica no Rio Grande remonta do pioneirismo jornalístico no Estado. “A Federação” (de 1º janeiro de 1884 a 17 novembro 1939) defendia a idéia do PRR (Partido Republicano Riograndense). É bom lembrar figuras como Assis Brasil, Julio de Castilhos, Remiro Barcellos, Venâncio Ayres, Demétrio Ribeiro e Borges de Medeiros, que pugnavam pelo fim da monarquia.
* Ao mencionar essa importância, lembramos que ON guarda história (cotidiana) quase centenária, num cenário único de nosso estado, em Passo Fundo, onde a publicação de dois jornais diário coexiste em período continuado sem precedente.