O sistema linfático é composto por órgãos, vasos e tecidos linfáticos e pelos linfonodos (popularmente conhecidos como ínguas), que se distribuem em posições estratégicas do corpo para ajudar a defendê-lo de infecções. Esse sistema produz e transporta os glóbulos brancos, células que combatem as infecções e participam do sistema de defesa do organismo.
O linfoma ocorre quando uma célula normal do sistema linfático se transforma, cresce sem parar e se dissemina de forma anormal pelo organismo, sendo um tipo de câncer que se desenvolve nos linfonodos (ou gânglios). Desta forma quando uma célula normal do sistema imune encarregado de defender o organismo de infecções, chamada linfócito, cresce desordenadamente, sem parar, e espalha-se pelos linfonodos, em especial, pelos da região do pescoço, axilas e virilha, mas também pela medula óssea, baço, fígado e trato gastrintestinal e prejudica que as células normais destes tecidos exerçam sua função.
Os linfomas podem ser classificados basicamente em dois grandes grupos: linfomas Hodgkin (LH) e não Hodgkin (LNH). Nos dois casos, eles têm comportamento e grau de agressividade diversos.
Existem mais de 20 tipos diferentes do linfoma não Hodgkin, classificados de acordo com o tipo de célula linfoide e o comportamento biológico: os indolentes, com evolução lenta, e os agressivos, de crescimento rápido e mais invasivos.
A incidência tem aumentado nos últimos anos. Embora possa manifestar-se em pessoas de qualquer idade, alguns têm características de afetar mais jovens e outros na meia idade.
Os principais sintomas do linfoma não Hodgkin são o aparecimento de linfonodos (ínguas) aumentados na região do pescoço, axilas e virilha, febre, perda de peso, sudorese abundante à noite, prurido (coceira), inapetência e cansaço.
A disseminação do tumor pode provocar sintomas correlacionados com os órgãos atingidos: tosse, dor no peito e falta de ar (caso tenha comprometimento dos pulmões); icterícia ou dor abdominal (em comprometimento do abdômen ou fígado), dificuldade para urinar (no comprometimento dos rins), distensão abdominal, entre outros diversos sintomas na dependência da extensão e local da doença.
O diagnóstico do linfoma não Hodgkin é feito pela biópsia do tecido de um linfonodo ou de um órgão ou tecido acometido com sinais da doença. É importante estabelecer o diagnóstico diferencial com as demais doenças e diferenciação com todos os demais tipos de linfomas. O prognóstico será tanto melhor, quanto mais inicial for o estágio da doença.
Linfomas não Hodgkin costumam responder bem ao tratamento com quimioterapia, associada ou à imunoterapia com os anticorpos monoclonais, radioterapia em alguns casos e demais tratamentos atuais e de pesquisa clínica de novos agentes, casos específicos possam vir a necessitar de transplante de medula óssea.
Moema Nenê Santos, hematologista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica – CITO.