OPINIÃO

Poesia, esteio do vernáculo

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Chamou atenção uma publicidade oficial promovendo a importância da forma literária da via poética. Em todas as línguas o verso é a forma nobre, enfática, humorada e a mais sublime de expressão. Prova dessa constatação é a relação de sucessos musicais, tanto regionais como música popular de nível mais elevado, ou a manifestação que surge das comunidades mais simples. Basta uma frase inspiradora para consagrar letras, com ou sem rima. A versão mais rica no poema musicado é perenizada. Ao longo da história no mundo todo é assim. Como revela Cervantes num de seus versos de angústia: “Yo, que sempre trabajo e me desvelo/ por parecer que tengo de poeta/ la gracia que no quiso darme el cielo”. Pendores infinitos na nossa literatura, como Chico Buarque em “Construção”, tecendo a dura crítica do desdém ao trabalhador, ao dizer “...morreu na contramão atrapalhando o tráfego!” Ou Castro Alves, em Navio Negreiro” – Stamos em pleno mar... dois infinitos ali se estreitam num abraço insano”. E como confirma Paulo Monteiro, o poeta oferece seu elo mais denso no vaticínio do verso, que também se chama vate. As revelações contidas nas palavras ousadas ou simples dos poemas que narram o cotidiano universal são instrumentos que podem e devem ser conhecidos. É a capacidade primorosa dos que nascem poetas e cultivam o dom de concisão e significado às palavras. Neste sentido, saciar infantes, jovens e adolescentes com aromas do vergel poético é fortalecer-lhes a memória lingüística! As expressões do poema são as mais elaboradas e servem para o aprendizado criativo do mundo que precisa urgentemente melhorar na base a sinergia da comunicação e saber falar, escrever e sonhar.

Estranho alívio
O governo Temer segura o pacote legal anticorrupção que inclui criminalização do caixa dois. O que parecia arrocho à corrupção, agora é alívio! Salvo uma boa explicação, a orientação ao Congresso fica muito estranha. Os promotores públicos que esperavam imediata aprovação de medida, como rápida indisponibilidade dos bens relativos a crimes, agora ficam sestrosos, com a retirada da urgência!

Prisão
A recente decisão do ministro Celso de Melo, suspendendo a prisão de condenado em segunda instância, com direito a novo recurso, atende a manifestação de boa parte dos advogados descontentes. Estes discordam da recomendação do STF que estabeleceu prisão para condenados em segunda instância. O placar foi de 7 a 4 e não é vinculante, ou seja, não obriga juízos de primeira instância a determinar prisão, conquanto haja recurso a instância superior.

Retoques:

  • Essa abominável prática de adulteração do leite ou subprodutos, especialmente o queijo, volta a acontecer no Estado. Aplauso à fiscalização severa! Guerra à prevaricação dos fiscalizadores!
  • Inegável que todos apreciam o dinheiro e dele todos precisamos. As vilanias com o dinheiro público e na sociedade civil devem parar a qualquer preço. Sabemos que isso é antigo, como já dizia Virgílio, referindo-se ao verso em Eneida “Quid non mortalia pectora cogis, auri sacra fames!” (a que não constranges os corações humanos, ó maldita fome de ouro). Nota-se que a tradução da palavra “sacra” (coisa sagrada) é a antífrase – figura retórica de ironia, e quer dizer abominável!
  • Bloqueados R$ 103 milhões de Paulo Bernardo e Vaccari, além dos 200 milhões da Odebrecht, Delta e Andrade. Todos vezeiros acusados de corrupção. Se toda essa gente parar de roubar, haverá tanto dinheiro a ponto de sair pelo ladrão!!! Entendeu?
  • Colher palavras no poema é beber segredos que nutrem sonhos.
  • Afano dos aposentados, água oxigenada no leite, fundo do Correio raptado, próteses falsas nas cirurgias, assalto ao dinheiro da Petrobras, remédio vencido, ou roubo da merenda escolar. Como parar isso? Só colocando essa gentalha criminosa num certo trator gaudério! Aí para!
  • PP volta a se coligar com o PDT e Osvaldo Gomes cresce na disputa pela prefeitura.
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