Antes das 7h, hora marcada para o início da procissão motorizada em honra a São Cristóvão, o movimento de caminhões no Boqueirão indicava que a peregrinação, não apenas dos caminhoneiros, mas, também, de todos os fiéis devotos ao padroeiro, estava começando. A tradicional festa em honra a São Cristóvão, padroeiro do colono e do motorista e cuja data é celebrada neste 25 de julho, chegou, em 2016, na sua 55ª edição e reuniu milhares de veículos durante a bênção em frente à paróquia.
Comunidade que participa
Além da tradicional procissão, com a presença da Brigada Militar e Guarda Municipal de Trânsito, os fiéis participaram da missa na Paróquia São Cristóvão, que acolheu as imagens dos santos padroeiros das 27 comunidades abrangidas pela Matriz, churrasco, Bênção da Saúde e reunião dançante. “Buscamos celebrar a vida da comunidade da paróquia. Essas atividades fazem parte da nossa expressão enquanto fiel”, comenta o pároco padre Geraldo Collet que acrescentou, ainda, que a festa é, também, um momento de a comunidade se reunir e expressar sua fé. “A festa é sempre um movimento tradicional e importante na vida de Passo Fundo e região porque expressa a dimensão da caminhada cristã. Todos nós somos peregrinos na história e, nesta ocasião, é uma peregrinação motorizada. Nas romarias, o pessoal vai a pé e expressa sua fé desta forma. Aqui, é uma expressão diferente. É um gesto bonito que mostra a fé do povo”, colocou.
Barulho
Questão polêmica quanto à festa, o barulho feito pelo “buzinaço” dos veículos recebe críticas a cada ano e já foi pauta, inclusive, de reunião no Ministério Público. A preocupação da equipe que organiza a festa foi de informar os motoristas a respeito da questão e pedir que as buzinas a ar, responsáveis pelo barulho mais intenso, não sejam usadas no processo. A comunidade não sentiu tanta diferença, mas o padre Geraldo Collet explica que o trabalho de conscientização foi feito. “É válido lembrar que quando existe a vitória de um time de futebol, o pessoal buzina e também faz festa. Quando entra na questão da religiosidade, parece atrapalhar mais. Fizemos, então, um panfleto informativo para que o motorista cuidasse a utilização das buzinas a ar para que não atrapalhasse a comunidade. A Festa de São Cristóvão é a festa maior, claro que sentimos que as pessoas buzinaram de qualquer forma, mas, na nossa visão, esse trabalho ajudou a amenizar o barulho”, pontuou.