Foi Cícero a consagrar a expressão “citius” como forma comparativa superlativa, extrapolando a regra usual do Latim. Por isso o lema da Olimpíada “Citius, Altius, Fortius” (mais rápido, mais alto, mais forte). O acontecimento inédito no Brasil consegue ser portador de mensagem revitalizante para nós e para o mundo. É hora de buscarmos potencialidades, como se faz em cotejos de esporte, mesmo em situação de dificuldade. Tudo acontece, durante os jogos em meio ao cipoal político, ético, administrativo, financeiro, na aflitiva situação do país. A utopia da nova mobilização é muito mais uma necessidade histórica do que argumento ideológico, ou paixão. Nem é o momento de olharmos para o erro dos outros, como adverte o adágio romano “est proprium stultitiae vitia eorum cernere, oblivisci suorum” (é próprio da estultice censurar erros dos outros, mas não enxergar os seus).
Ouro bem brasileiro
Sinceramente, nem sei se existe algum parentesco de minha parte, com a Rafaela Silva, vinda do bairro Cidade de Deus. Gostaria! Minha avó materna era Claudiana Alves da Silva. Mas tive um pressentimento, quando liguei a TV e me deparei com aquele semblante (Rafaela) sofrido, cravejado de afrontas, retendo vibrações de justa fúria e concentração titânica. Os holofotes da Rede Globo vagavam ainda errantes pelo tapete verde em busca das sombras de Neymar, no meio da noite. Acontece que o quase maior atleta do mundo é milionário, e Rafaela é modesta. E quando até a Globo perdeu é porque a lógica aparente é desafiadora. Aquela menina atrevida recém chegada da favela foi guerreira e forte. Medalha de ouro no judô, como resposta aos achaques da abominável discriminação racial. Depois, as lágrimas, que pareciam pérolas, de tanto brilho. As olimpíadas revelam essências da força humana. A chama olímpica significa reacender o brio para novas conquistas. Talvez nós todos precisávamos de uma conquista de ouro, diferente, com certa urgência, mas legítima. É minha gente, as utopias rompem muralhas efêmeras dos céticos, quando os deuses discordam do rumo artificial.
Covardia virtual
Os ataques perpetrados contras as atletas brasileiras pelas redes sociais é inveja e covardia. Essa gente só pratica tais atitudes por falta de coragem, pensando esconder-se entre os internautas. Gente que age assim reflete caráter devastado. Da inércia moral o raivoso por intolerância social vive chafurdando no mal, onde quer que se encontre.
Pânico na Capital
O perigo insano que se instala no quotidiano de Porto Alegre acendeu há algum tempo a luz vermelha. A ocorrência de crimes sem homicídio é narrada em cifras muito estranhas à sensibilidade humana. Posto de gasolina, escola, centro comunitário, posto médico, além dos caixas eletrônicos ou agências bancárias, ônibus e táxis, tudo está vulnerável demais. E, pasmem, virou rotina. Parece que somente alguns casos pontuais ainda chocam o senso comunitário.
Automóvel
O furto de automóvel, no entanto, parece que impressiona mais. Agora a preocupação espanta por que o índice de roubo ou furto de veículo atinge a marca de 3.200 carros por mês, na região metropolitana. Com isso o seguro do automóvel fica mais caro, uma vez que o prejuízo é repassado no preço das apólices. Gente morta ou ferida por todos os flancos onde o tóxico parece irreprimível. Não se discutiu seriamente como começar o combate à escalada do crime, por isso só pensamos em terminar com o horror da insegurança. O povo não agüenta mais e isso gera reações incontroláveis. Hoje só se pensa no policiamento como solução. É muito grave a situação da valorosa Capital.
Retoques:
* O Parque da gare hoje é centro de valorização de nossa produção, lugar agradável e onde se encontra comida de boa qualidade de nosso produtor, mais barata!
* Passo Fundo vive o Festival Internacional do Folclore. O espetáculo é privilégio para a região!