Meu pai e o Barão
A história do humorismo político brasileiro teve como pioneiro um gaúcho. Com o imponente nome Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, assinava apenas Apporelly. Nasceu em Rio Grande no ano de 1895 e morreu no Rio de Janeiro em 1971. Criou o jornal A Manha, colecionou encrencas com governantes e acumulou muitas horas de cadeia. Teve um currículo precursor ao da turma do Pasquim. Autodenominou-se com um falso título de nobreza: Barão de Itararé. Meu pai, Tasso do Amaral Santos, que morreu em 1972, não perdia uma edição de A Manha e nem do seu Almanhaque. Dia dos pais e, claro, me lembrei disso. Até porque, o meu pai sempre tinha na ponta da língua uma tirada ou um trocadilho do Barão para me contar. Não entendo muito sobre a monarquia e seus títulos, e, pelo pouco que sei, nosso falso Barão jamais foi promovido a Visconde. Mas deixou frases que nunca saíram de moda e fazem parte do anedotário brasileiro. Dentre tantas, aqui está uma clássica do Barão de Itararé. “A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer”.
Folclore Olímpico
Quando há interesses em jogo, a humanidade não tem a mínima humanidade. Fronteiras, explorações, ideologias, mercados e religiões motivam invasões. São muitos os estopins para iniciar uma guerra. Na conturbada convivência entre os povos, surgem as quase sempre bem sucedidas negociações diplomáticas. Mas a mais poderosa arma pela paz é a convivência fraterna. Isso estamos vivendo nesse momento, lá no Rio com a Olimpíada e aqui em Passo Fundo com o Festival do Folclore. Nos dois locais há um contagiante clima de congraçamento. Nesses dias, Rio e Passo Fundo transformaram-se em miniaturas do planeta para demonstrar que os humanos podem conviver em harmonia. Na Olimpíada, o esporte cumpre o seu papel pela paz. No festival de Folclore, é a arte que não tem fronteiras.
Zoeira
Na tentativa de combater a barulheira no centro de Passo Fundo, vieram proibições e restrições. Se as próximas medidas seguirem na mesma linha, um dia fecharão todos os estabelecimentos e será proibido circular pelas ruas centrais. Logo, não poderemos mais sequer respirar no centro da cidade. Enquanto isso os versáteis baderneiros estarão em algum lugar, fazendo a mesma zoeira de sempre. Ao que parece, seriam os baderneiros intocáveis?
Trem
O Trem Húngaro operou por alguns meses no trecho entre Passo Fundo e Porto Alegre, na fantástica paisagem da Ferrovia do Trigo. As pessoas ainda não se esqueceram da maravilhosa viagem. Esses dias, em rápida conversa no Restaurante Requinte, Dona Dolores Martins da Fonseca me perguntou sobre a volta do trem. Não importa o meio de transporte, necessitamos de alternativas na ligação com a capital. Além de mais voos (diários), a viagem de trem poderia ser uma glamorosa opção. Quem sabe, um dia...
Trilha sonora
Nascido na Itália e naturalizado argentino, Piero de Benedictis, ou simplesmente Piero, ficou conhecido na América do Sul em 1969. No Brasil liderou as paradas de sucesso com seu grande êxito: Mi Viejo. Escute aqui.