No então vilarejo de Santa Cecília a notícia sobre a morte de Getúlio Vargas espalhou tristeza em todos os recantos. Meu pai era PTB de cruz na testa e líder na comunidade. Passaram-se 62 anos, mas ainda me lembro daquele alvoroço, tinha seis anos de idade. Era difícil ponderar versões e lágrimas: mataram Vargas, ou Getúlio morreu! Antes de começar a tarde, momento de tensão. Defronte nossa casa peões montados vindos de toda parte com armas na mão. Estavam prontos para lutar em Passo Fundo contra inimigos de Vargas. O velho sempre foi declarado, mas homem de paz. Explicou aos revoltosos que seria vã e desproporcional a marcha a Passo Fundo. “As armas deles são muito poderosas...metralhadoras!” Aos poucos os homens foram se recolhendo, enquanto alguns ficavam ao redor do rádio, sintonizando a Farroupilha ou a Passo Fundo, ZYF-5. A penumbra triste com a perda do maior líder popular da época pairou por muito tempo, e um velho tição velado entre cinzas do tempo indica o desejo por uma política onde palpite o coração do povo.
Celso Busato
A memória do mestre, - advogado, cidadão líder, e tribuno esplêndido, - jamais se apagará na vida dos que o conheceram. Com a morte de Celso Antônio Busato acende-se inabalável o memento a quem iluminou uma geração de tribunos forenses. Nada mais justo que reconhecer seu talento excelso, aliado à sua verticalidade de caráter e profundo respeito ao ser humano. E foi uma longa existência do advogado passo-fundense, dedicada ao sucesso, repleta de valores culturais e apreço à arte da oratória. Por isso, e por muitos méritos, desgarrou-se dos êxitos fugazes e sagrou-se legenda imbatível na missão que sempre o fascinou a defender liberdade. Com seus pendores de comunicador venceu grandes desafios de persuasão, com nobreza. E sua lembrança na história de Passo Fundo será sempre de um mito do mais lúcido saber e habilidade que se possa reconhecer na trajetória do “homo forensis”. E foi sempre amigo de seus amigos. À família de Celso Busato manifestamos nosso pesar pelo falecimento.
Apenas privatizar
Uma amostra de que não basta privatizar as concessões importantes para desenvolver o país, é a drástica redução do transporte ferroviário. Os noticiários relatam que grandes extensões de rede ferroviária, obras seculares, foram simplesmente desativadas. Redutos, vilas e pequenas cidades desapareceram de cena, abandonadas! Na maioria das linhas mais da metade das ferrovias viraram sucatas, condenando prédios e estrutura geradora de postos de trabalho à completa inoperância.
Só automóvel
Tudo isso é contra a evolução preconizada nos países em desenvolvimento. A malha ferroviária já foi mote de desenvolvimento por ser eficiente e reduzir custos. O país precisa desse transporte. Não cabe mais esse entupimento nas rodovias. A visão neoliberal tem atrapalhado nosso progresso ao apostar freneticamente no automóvel e caminhão.
Ricordi em Casca
O Coral Ricordi D’Itália teve bela participação no Festival de Corais Italianos da cidade de Casca. Foram vários corais da região. Na regência, Teresinha Fortes Braz e Davi Reginatto. A presidente do Coral, Glaci Terezinha Bortolini mostrou-se empolgada com a apresentação.
Retoques:
* O Festival Internacional da Cultura e Arte em Passo Fundo já faz parte de uma das mais belas realizações de nosso calendário. É história nossa!
* O gás de cozinha está muito caro para qualquer pessoa. E a comida tem que sair todos os dias! Além da exploração do preço é preciso cuidado no controle de qualidade.
* Vêm aí as eleições municipais. O eleitor deve ter aprendido um pouco mais. Vejam uma antiga citação: “qualescunque sumi viri sunt, talem civitatem habemus” (teremos uma representação política boa, tanto quanto tivermos cidadãos de bem).