Um estudo que utiliza nanopartículas carregadas com curcumina, substância extraída do açafrão da terra, pretende reduzir os efeitos colaterais no tratamento do câncer de próstata. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP), mas conta com a participação também dos laboratórios de Biociências (LNBio) e de Nanotecnologia (LNNano).
Segundo o pesquisador Mateus Borba Cardoso, responsável pelo estudo, o diferencial do projeto desenolvido no LNLS é atingir apenas as células saudáveis, o que, consequentemente, reduz os danos ao paciente em tratamento. O estudo consiste em utilizar as nanopartículas, que são aglomerados de átomos, que funcionam como veículos que carregam e entregam o medicamento diretamente nas células doentes.
Na pesquisa feita em Campinas, as nanopartículas, que são de sílica, foram carregadas com curcumina e funcionalizadas com folato. O método foi testado in vitro, em culturas de células cancerosas e saudáveis da próstata. A curcumina é uma molécula que é capaz de matar células tumorais, não só de próstata, mas de mama e outros tipos de tumores", revela Cardoso.
Resultados?EUR?O estudo verificou que as nanopartículas preparadas com a curcumina e "encapadas" com folato foram eficazes tanto em matar as células cancerosas quanto em não serem tóxicas para as saudáveis. A curcumina é nosso fármaco antitumoral. O folato é como se fosse uma capinha que tem na nanopartícula", ressalta. Segundo o pesquisador, foram feitos até agora os testes in vitro, o próximo passo é testar em animais e, se houverem resultados positivos, testar posteriormente em humanos.
* Nicolas Lazaretti - oncologista do Centro Integrado de Terapia Onco-Hematológica (CITO). Responsável Tumores Genitourinários, Ginecológicos, Tumores de Mama e Sarcomas