OPINIÃO

VP

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A última edição da Revista Veja que trata da violência alarmante em Porto Alegre deixa muitas perguntas sem respostas à cerca das soluções definitivas para o gigantesco problema social. A coluna do genial David Coimbra dessa sexta-feira, em que trata do fictícia controle dos bandidos pelos mesmos. Vejam só: em 1994 o escritor Zuenir Ventura subiu o morro Dona Marta, em Botafogo, no Rio acompanhado do documentarista João Moreira Salles para entrevistar Márcio VP, o bandido mais procurado da cidade e que havia se destacado em contendas contra Zaca e Cabeludo. Marcio VP disse ao escritor que não entendia a falta de segurança no Rio, que havia total despreparo da polícia em proteger o cidadão comum. Aqui na comunidade você pode deixar a casa aberta que ninguém rouba, pode deixar o carro aberto e a chave na ignição e que ninguém furta. Completava “dias desses um marmanjo tentou um estupro e nós damos um corretivo exemplar a ele, ao mesmo tempo, educacional e preventivo a todos que tivessem ideia semelhante”. Além, “dia desses o doutor não compareceu no horário das consultas e mandamos dois colegas à casa dele para ver se algo havia acontecido porque o povo não pode ficar esperando”. É interessante perceber que supostamente o encaminhamento da solução do problema é mais complexo do que simplesmente aumentar o efetivo da polícia sem que se aumente o salário da mesma. Márcio VP salienta que não se sente bandido por vender “tóxicos” porque exibia mistura de retórica de pregação evangélica com mensagem populista de assistencialismo social. É que ele se achava missionário em vender cocaína “eu me sinto mal, mas a culpa não é minha, é do desajuste da sociedade: um casamento que não se encaixa, um emprego onde a pessoa não se sente feliz, isso faz com que a droga se faz necessária, não é só um vício, é um problema social. Nas outras comunidades há muitos trabalhadores que ganham dois-três salários mínimos e se drogam e isso eu não aceito de jeito nenhum, sou kardecista, mais que católico e acredito na reencarnação”
David escreve que a revolta dos bandidos com a violência extrema é um manifesto a favor da sociedade porque é muito fácil roubar à sorrelfa: você vai lá, monta um partido ou entra em algum, elege-se para alguma coisa e negocia seu voto para qualquer coisa que dê vantagens pessoais e depois, principalmente à época de eleições dá declarações que é um político que se preocupa com os pobres.
Nem tudo está perdido porque os jovens representantes do judiciário e da polícia federal começaram a engaiolar, driblando dispositivos amplos de defesa, os meliantes que se apossaram de nossa grana e sonhos e despejaram o país nessa nhaca que vemos estampada diariamente. Esses garotos que vão estabelecendo a ordem poderiam ser nossos filhos e vão fazendo a limpeza das sujeiras que a nossa geração deixou crescer. Deus seja louvado. Estamos salvos.

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