Resultado histórico
O prefeito Luciano Azevedo, PSB, é o prefeito reeleito que obteve o maior percentual de votos válidos numa eleição municipal: 76,22% (85 mil votos). Já havia feito história, em 2010, quando foi reeleito deputado estadual com a maior votação da história da cidade. Os números o consagram como um dos maiores políticos de todos os tempos. Foi eleito por sete vezes por Passo Fundo (três como vereador, dois como deputado estadual e dois como prefeito). Além disso, faz o feito histórico de eleger uma bancada de 18 vereadores, garantindo maioria absoluta.. A receita é muito simples: estratégia. A campanha teve coordenação, foi focada e, principalmente, foi pés no chão. Luciano fez uma aliança com 16 partidos, assegurou espaço de TV e rádio e apresentou o maior número de candidatos a vereador. Estes candidatos multiplicaram-se em cabos eleitorais. O mais importante: a campanha entrou na cabeça dos passo-fundenses com chavões como Luciano Fez, Luciano Faz e com a mensagem de que ‘fizemos muito, mas não fizemos tudo’. Demonstrou humildade em mostrar que fez, mas que pode fazer mais.
Avançou pouco
Osvaldo Gomes, PP, acertou a mão nas redes sociais, melhorou o desempenho na TV e rádio, com programas mais elaborados, se comparado a eleição de 2012. No entanto, fez uma campanha confusa, demonstrando total desconhecimento da realidade do município, com propostas soltas ao vento e até mirabolantes como construir uma concha acústica no Parque da Gare, numa área que é particular. A construção de um aeroporto no aeroclube, então, nem se fala. O primeiro erro da campanha veio logo de cara, quando o candidato criticou o tamanho da aliança do adversário Luciano Azevedo, sustentando que ela geraria gastos ao município. Depois, por razões desconhecidas, o candidato a vice Alcindo Roque, PR, passou a ter mais espaço que o próprio Osvaldo. Era ele quem apresentava propostas. A resposta de que não foi a melhor estratégia veio nas urnas. Osvaldo que já experimentou duas vitórias, fez menos de 20 mil votos. Como ele mesmo disse no programa de TV, foi sua última campanha eleitoral.
Ele não voltou
Em meio a tudo isso, os jingles da década de 1990, repetidos numa campanha eleitoral tecnológica deram um tom melancólico e enferrujado. O último ‘ele vai voltar’ foi pra morrer...
Coincidência
Coincidência ou não, quando Osvaldo Gomes ganhou a eleição de Carlos Armando Salton, PDT, em 1992, a diferença histórica foi de 65 votos. Hoje, Luciano vence a eleição de Osvaldo pela histórica diferença de 65,5 mil votos.
Falta
O PDT não abraçou a campanha de Osvaldo Gomes. Os maiores líderes do partido não deram as caras. Mas, a eleição de dois vereadores (Márcio Patussi e Luiz Miguel) demonstra que o PDT ainda é um partido sólido. Tarefa de agora é aprender com os próprios erros e retomar o protagonismo.
Só homens
A nova composição da Câmara de Vereadores apresenta três aspectos: renovação superior a 50%, uma composição jovem e sem representação feminina (o que é de se lamentar) Vamos ver, na prática, o que os novos vereadores pretendem fazer na próxima legislatura.
Fidelidade
A maior derrota, sem dúvida, foi do PT. O partido perde representação na Câmara e amarga um desempenho que é reflexo do cenário nacional. Rui Lorenzatto foi um guerreiro. Assumiu o desafio de uma candidatura a prefeito, sabendo que as chances seriam pequenas, abrindo mão de, talvez, uma nova eleição para a Câmara. Políticos fiéis a seus partidos sabem que os riscos são grandes em disputas como esta.
Forças divididas
PSOL e PSTU perderam, mais uma vez, a oportunidade de lutar para eleger um representante na Câmara. Separados não fizeram mil votos cada um. Somados, pouco mais de 1.300.
Consagrado
O PSB de Beto Albuquerque e também do prefeito Luciano Azevedo, se consagra como o partido com a maior bancada e que somou o maior número de votos na legenda. Foram 1.932, totalizando 18.519 votos somados os três vereadores eleitos. Foi seguido pelo PP que teve 835 votos na legenda, pelo PT com 408 e PMDB com 222.
Duas apostas
Dois vereadores eleitos pela primeira vez são apostas no Legislativo: Saul Spinelli, PSB, e Ronaldo Rosa, Solidariedade.