O Fórum Econômico Mundial define competitividade como o conjunto de instituições, políticas e fatores que determinam o nível de produtividade de um país. As notas e os rankings são calculados a partir de dados estatísticos e de pesquisa de opinião realizada com executivos dos 140 países participantes. Cento e dezoito variáveis são analisadas e agrupadas em 12 categorias. Para coletar os dados de maneira eficiente, o Fórum Econômico Mundial conta com o apoio de uma rede de mais de 160 instituições parceiras. No Brasil, a Fundação Dom Cabral é responsável pela pesquisa de opinião realizada junto à comunidade empresarial. Em 2015, ouviu 197 executivos entre março e maio.
O Brasil perdeu 18 posições no ranking que avalia a competitividade de 140 países, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral. Na 75º colocação a pior posição na série histórica, o país sofre com a deterioração de fatores básicos para a competitividade, como a confiança nas instituições e o balanço das contas públicas, e fatores de sofisticação dos negócios, como a capacidade de inovar e a educação.
O Relatório Global de Competitividade 2015-2016 aponta um quadro de estagnação para a economia global, conhecido como o ‘novo normal’ – crescimento econômico mais baixo, desaceleração dos ganhos em produtividade e elevação da taxa de desemprego estrutural. Para reverter esse quadro, os países precisam retomar uma agenda de aceleração do crescimento com foco, sobretudo, no aumento da produtividade e inclusão social.
A Suíça está em 1º lugar no ranking de competitividade do WEF pelo sétimo ano consecutivo. Líderes em inovação, os suíços têm taxa de desemprego estável, o que está relacionado ao excelente sistema de educação e à eficiência no mercado de trabalho. Cingapura e Estados Unidos vêm na sequência. “A análise mostra que todos os países no topo do ranking têm uma característica marcante em comum: apresentam excelente habilidade em nutrir, atrair, apoiar e desenvolver talentos”,avalia Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral e responsável pela coleta e análise dos dados do ranking no Brasil.
A maioria dos países menos competitivos pertence à África Subsaariana, com exceção do Haiti, Venezuela e Myanmar. Guiné, Chade, Mauritânia, Serra Leoa, Burundi e Malaui ocupam os últimos lugares do ranking. Países com menores índices de competitividade caracterizam-se por instituições fracas, infraestrutura deficiente e educação não inclusiva e de baixa qualidade, além de péssimo sistema de saúde.
O Chile é o país mais competitivo da América Latina, em 35º lugar no ranking geral, seguido do Panamá (50º lugar). A economia chilena destaca-se por sua economia estável nos tempos de crise e sólidas instituições, além de ter eficientes mercados financeiros e alta prontidão tecnológica. A Colômbia vem apresentando melhoras nos últimos anos e ganhou 5 posições.
O Brasil atingiu a sua pior posição no ranking do Relatório Global de Competitividade, chegando ao 75o lugar, uma queda inédita de 18 posições. O país está, agora, abaixo de alguns de seus principais concorrentes, como México, Índia, África do Sul e Rússia, e de economias menores como Uruguai, Peru, Vietnã e Hungria. Os principais fatores que justificam essa perda significativa de competitividade são fatores da atual conjuntura, e, também, fatores estruturais e sistêmicos, apontados em todas as edições do Relatório Global de Competitividade desde a década de 90.
Inovação no Brasil é um tema relativamente recente, menos de 26 anos que nossas instituições começaram falaram abertamente. Nos anos noventa tivemos um processo de abertura econômica que até o momento não foi concluído e precisa ser retomado.
Necessário é investir em educação por um longo período, para que o ciclo da baixa qualidade do ensino fique para trás com isso será possível melhorar a produtividade e melhorar o desempenho da economia. As empresas precisam tornar-se competitivas, atentas ao mercado global e para isso necessitam investir e reter talentos.
Adriano José da Silva
Professor Coordenador da Imed Business School