Recicladores ameaçam fechar portões

Impossibilitados de exercer suas funções devido à interdição da Usina de Reciclagem, recicladores estão sem renda há quase 30 dias

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As famílias que integram a cooperativa Recibela ameaçam fechar os portões da Central de Resíduos Sólidos de Passo Fundo, caso não haja solução em relação a interdição do local pelo Ministério do trabalho. Ontem à tarde, eles se reuniram com o Promotor de Justiça, Paulo Cirne, para tentar resolver a situação da Usina de Reciclagem, que está interditada desde o dia 14 de setembro. A ordem foi expedida pelo Ministério do Trabalho, sob a justificativa de manutenção das esteiras e medidas de segurança aos trabalhadores, que não estariam manuseando o material da maneira correta.
A Recibela, localizada no bairro São José, atua na triagem e separação dos resíduos que chegam à Central de Resíduos Sólidos, local de destino das mais de 140 toneladas de lixo produzido diariamente em Passo Fundo. Os resíduos que podem ser reaproveitados são vendidos pelos recicladores e este dinheiro serve de renda para eles. O problema é que, devido à destinação indevida dos dejetos por parte dos habitantes passo-fundenses, apenas cerca de 2% do material consegue ser reaproveitado. Além disso, os trabalhadores não recebem qualquer tipo de auxílio quando são impossibilitados de trabalhar, e esta situação não é incomum para eles.
O coordenador de atividades da associação, Nelson Ramos, conta que, nestes seis anos como reciclador da associação, esta é a primeira vez que a usina sofre interdição de um órgão, mas não é a primeira vez que são impedidos de trabalhar por outros fatores. Esteira danificada, incêndio no pavilhão, materiais reciclados que somem... Com inúmeros problemas, suspeitas não faltam, mas a solução nunca chega.
Embora concorde que o local merece melhorias de equipamentos e segurança, a presidente do Recibela, Catarina da Rosa, disse que para as 23 famílias que vivem da coleta, parar o serviço por tanto tempo não é a saída correta. “Este é o nosso ganha-pão, se ficamos parados não ganhamos nada e as dívidas só acumulam. Não recebemos nem ajuda para o transporte. Estamos catando coisas direto do monte de lixo”.
Se uma solução não for apresentada até a tarde desta sexta-feira (7), os funcionários pretendem fechar todos os portões da Central, impossibilitando a entrada de novos montantes de resíduos. “Nós não queremos fazer greve, se fizermos greve ficamos sem renda, mas se eles vão nos impossibilitar de fazer nosso trabalho, dificultaremos o trabalho deles”, declara Nelson.

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