Projeto Cura é lançado em Passo Fundo

Iniciativa visa arrecadar fundos para investir em pesquisas clínicas, na área de oncologia, na América Latina

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Nicolas Lazaretti: ?EURoeO projeto visa, no Brasil todo, arrecadar fundos de instituições parceiras para investir 100% na pesquisa clínica e poder favorecer os pacientes, que nós sabemos que conseguimos fornecer o que tem de melhor em termos de tratamNicolas Lazaretti: ?EURoeO projeto visa, no Brasil todo, arrecadar fundos de instituições parceiras para investir 100% na pesquisa clínica e poder favorecer os pacientes, que nós sabemos que conseguimos fornecer o que tem de melhor em termos de tratam
Nicolas Lazaretti: ?EURoeO projeto visa, no Brasil todo, arrecadar fundos de instituições parceiras para investir 100% na pesquisa clínica e poder favorecer os pacientes, que nós sabemos que conseguimos fornecer o que tem de melhor em termos de tratam
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Aproximadamente 8,2 milhões de mortes no mundo. Os números do câncer vêm aumentando. No Brasil, foram mais de 189 mil mortes pela doença em 2013, com estimativa de mais de 596 mil casos em 2016. Os dados são Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Entre os homens, são esperados 295 mil novos casos, e entre as mulheres, 300 mil. O tipo de câncer mais incidente em ambos os sexos será o de pele não melanoma (175.760 casos novos a cada ano), o que corresponde a 29% do total estimado. Depois desse, para os homens, os cânceres mais incidentes serão os de próstata (61.200 novos casos/ano), pulmão (17.330), cólon e reto (16.660), estômago (12.920), cavidade oral (11.140), esôfago (7.950), bexiga (7.200), laringe (6.360) e leucemias (5.540). Entre as mulheres, as maiores incidências serão de cânceres de mama (57.960), cólon e reto (17.620), colo do útero (16.340), pulmão (10.860), estômago (7.600), corpo do útero (6.950), ovário (6.150), glândula tireoide (5.870) e linfoma não-Hodgkin (5.030).
O Rio Grande do Sul é o estado que mostra maior incidência de casos de câncer hoje no Brasil, de acordo com o médico oncologista Rodrigo Villarroel. “Ninguém nega hoje que o câncer é um desafio global. Nós estamos falando de uma doença que prevê um aumento gigantesco de incidência nos próximos anos. A previsão é que, em 2030, nos países em desenvolvimento, a estatística de incidência de câncer aumente em 100%. E junto com isso vem as taxas de mortalidade. A previsão que a gente tem hoje, é de um crescimento de casos novos e de um número de mortes que vem assumindo proporções gigantescas. É difícil olhar para esses números e não ficar impressionado”, constatou o médico no IV Simpósio de Cancerologia, na manhã desta sexta-feira (14), na Imed.
Os números apresentados são mais assustadores à medida que os resultados obtidos em pesquisas não são equivalentes no RS, de acordo com Villarroel. O especialista explicou que é necessária uma política de visão direcionada para a importância que representa o assunto ao futuro. Preocupado com o tratamento de câncer no Brasil, Villarroel, junto de seu colega Nicolas Lazaretti, que também é médico oncologista e professor de Medicina na UPF, lançaram, no Simpósio, o Projeto Cura. Ele é desenvolvido pela Lacog, uma organização sem fins lucrativos fundada em 2008 por um grupo de profissionais de saúde especializados em oncologia, que têm como objetivo desenvolver, conduzir e coordenar estudos acadêmicos e pesquisas clínicas na América Latina.
“O projeto visa, no Brasil todo, arrecadar fundos de instituições parceiras para investir 100% na pesquisa clínica e poder favorecer os pacientes, que nós sabemos que conseguimos fornecer o que tem de melhor em termos de tratamento e de diagnóstico. É um projeto de longa data, que não tem tempo para terminar e sim, pretendemos dar continuidade. Nós já participamos de pesquisas com a Lacog, então essas pesquisas vão aumentar e nós vamos conseguir ajudar mais pacientes de Passo Fundo, que é o que nós queremos. Trabalhamos em Passo Fundo e queremos ajudar a população daqui”, salientou Lazaretti.


A importância da pesquisa
Nos últimos 40 anos, a perspectiva de sobrevida sobre o câncer quase que duplicou, devido aos progressos trazidos pela pesquisa na área da oncologia, segundo Rodrigo Villarroel. “É assim que a medicina evolui, através de pesquisas. Os tratamentos que hoje são considerados padrão, um dia foram considerados experimentais. Só vamos poder ter novidades, se testarmos os produtos hoje”.
O especialista também desmistificou as concepções que se têm na área da pesquisa, quando imagina-se que o paciente que participa de um tratamento experimental está sendo uma cobaia. Quando na verdade, grande parte dos estudos de grande porte, na fase três, o paciente está recebendo o melhor que há no mercado, em termos de tratamento, para o que a gente chama de grupo controle. “Em um cenário que 80% da população brasileira depende exclusivamente de tratamento disponível no Sistema Básico de Saúde (SUS), para tratar o câncer – e sabemos o quão deficiente é o acesso a tratamentos novos e modernos pelo SUS – a participação em pesquisas se torna uma maneira muito interessante de oferecer a esses pacientes aquele tratamento que é no mínimo, o melhor tratamento oferecido atualmente”, argumentou Rodrigo.


Sobre o projeto
O Projeto Cura tem como objetivo usar música, arte, design, esporte e eventos para conscientizar, educar e levantar fundos para a pesquisa científica na luta contra o câncer. A renda líquida derivada de todas as iniciativas do Projeto Cura é repassada para o desenvolvimento de pesquisas pelo Lacog. A arrecadação de fundos permite o desenvolvimento e a manutenção da plataforma. A instituição recebe doações de pessoas físicas ou de pessoas jurídicas – de maneira direta ou indireta, via dedução no Imposto de Renda de qualquer pessoa ou empresa. Interessados podem acessar a plataforma http://projetocura.org/ e obter mais informações sobre como contribuir com o projeto.

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