A chuva forte que cai sobre a região desde o início da semana é motivo de alerta para os órgãos responsáveis. Desde segunda-feira (17), quando vieram as primeiras pancadas, foram registrados pelo menos 40 pontos de alagamentos. No total, 100 famílias tiveram que contar com doação de lonas. Em seis casos, foi necessário a retirada de suas casas. Até o momento, os bairros mais atingidos são, em ordem de maior estrago, o Dona Júlia, Jardim América, 1º Centenário, Zacchia, Valinhos, Parque Farroupilha, Santa Maria, Ricci, Entre Rios, Victor Issler e Maggi de Césaro. Além disso, duas escolas precisaram suspender as aulas: as estaduais Eulina Braga e Anna Luísa Ferrão Teixeira. Na região, diversas rodovias ficaram bloqueadas com água sobre a pista. Cidades como Vila Maria e Tapejara, registraram alagamentos. Pelo interior, a queda de pontes deixou algumas comunidades isoladas.
O mês de outubro já é considerado o terceiro com maior volume de chuva em 36 anos: em 24 horas, registrou 101 mm. Está atrás de 2001 (138 mm) e do ano passado (111 mm). De sábado até as 16 horas de ontem (19) foram registrados 214 mm. Só nessa quarta-feira, o registro foi de 107 mm. Em todo o mês, são somados 272 mm – 78% acima da média prevista para outubro que é de 153 mm. Ainda assim, esta não é a maior chuva dos últimos tempos. De acordo com o observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio, a maior chuva dos últimos anos aconteceu em 1997, com 550 mm. De lá para cá não houve total que alcançasse este volume: em 2000 foram 339 mm; em 2002, 362 mm; em 2008, 352 mm e em 2014, 264 mm.
Previsão do tempo
A chuva dá uma trégua a partir de amanhã (21), o que traz à tona um leve declínio na temperatura. Na sexta-feira, por exemplo, a previsão é temperatura mínima de 10ºC, com céu nublado. A possibilidade de chuva retorna a partir de sábado, com previsão de temperatura à beira dos 12ºC. O domingo inicia instável: estão previstas pancadas de chuva com trovoadas a partir da tarde. “Na semana que vem dificilmente teremos mais que dois dias sem chuva”, afirma Sampaio. Segundo ele, outubro já é o mês com maior volume de chuva do ano. Este movimento, apesar de incomum, pode ser considerado tranquilo em relação a outros anos. “Normal não é, mas em outros anos choveu bem mais. Esta instabilidade é normal, afinal a primavera recém começou”, explica. O observador meteorológico completa que a atual estação é sempre uma incógnita; imprevisível. “É a estação em que mais se registram temporais, que com muita frequência chegam acompanhados de fortes descargas elétricas e até queda de granizo”, pontua.
Emergências
Pessoas que precisam de lonas para suas casas devem entrar em contato com o Corpo de Bombeiros (193) ou ir até o quartel, na Rua Morom.