OPINIÃO

Romaria

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Há poucos dias, milhares de pessoas vivenciaram a 36ª Romaria de Nossa Senhora Aparecida, em Passo Fundo. Um acontecimento desta dimensão é possível porque existem os romeiros e os voluntários que se preocupam em servir os romeiros. Sim, os dias do evento passaram, mas a vivência permanece repercutindo na vida pessoal, eclesial e social. Questionar-se sobre o significado espiritual e existencial da romaria permite manter esta grande manifestação de fé no seu rumo. Também é tempo de agradecer.
Quando se observa os romeiros, percebe-se que existem várias manifestações espontâneas para expressar a motivação da participação na romaria. Enquanto uma parte das pessoas quer peregrinar proximamente da imagem de Nossa Senhora Aparecida, outras fazem o caminho sem a presença da imagem. Para alguns caminhar descalços é importante; para os outros não. Algumas famílias vestem as crianças de anjinho ou de Nossa Senhora, outras pessoas usam roupas com a imagem da santa. Uns oferecem flores; outros não. Alguns participam da romaria como voluntários. Para muitos, é fundamental participar da programação oficial da romaria, especialmente a Santa Missa – que é o momento central.
Ressalto que as manifestações espontâneas das pessoas revelam o seu momento existencial e a vivência da fé. Ficam visíveis as manifestações de gratidão e até de profunda dor. As expressões revelam a profunda relação do cotidiano com o religioso. Não é possível separar a busca da transcendência ou de Deus do cotidiano humano.
Alegre e festiva foi a Romaria das Crianças, no dia 12. As crianças da catequese, com o auxílio das catequistas, evangelizaram através do aprofundamento das obras de misericórdia. A chuva fina que abençoava as plantações poderia servir de desculpa para afastar as crianças romeiras, mas elas não deixaram de comparecer.
Também é hora de expressar uma profunda gratidão aos voluntários da 36ª Romaria. Como a lista é muito grande, o agradecimento é em geral, independente do que fez. Há voluntários das primeiras romarias até novatos. São várias equipes de trabalho. O trabalho não é realizado somente no dia, mas começa com as reuniões preparatórias, a limpeza do espaço, a organização, a distribuição das tarefas, as campanhas de doação em toda a Arquidiocese de Passo Fundo.
Aos romeiros talvez fique mais visível o trabalho dos voluntários do que as suas motivações. O voluntário é um devoto, uma pessoa de fé que transforma a sua piedade em serviço. Para exercer bem a sua tarefa ele se prepara espiritualmente, reza, e no dia faz a sua procissão caminhando, às vezes até correndo, de um lado para o outro no serviço que presta.
O voluntário é um evangelizador, pois a romaria anuncia o Evangelho de Jesus tendo por referência a Mãe Aparecida. Acolher bem os romeiros, criar um ambiente favorável, fazer as pessoas sentirem-se bem, fazer da casa da mãe casa de irmãos é evangelizar. É transformar as palavras em obras.
Agradecemos as empresas contratadas, cujos serviços prestados foram pagos. Gratidão à Prefeitura Municipal e todos os órgãos a ela vinculados, gratidão à Brigada Militar e à Polícia Rodoviária Estadual.
Gratidão aos romeiros e romeiras que são a razão de ser do serviço dos voluntários. Invocamos sobre todos, romeiros e voluntários, as bênçãos abundantes de Deus pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida.

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo

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