Passo Fundo segue em alerta contra a dengue. Segundo o LIRA (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes) realizado pela Vigilância Ambiental de Passo Fundo, o município é, mais uma vez, foco permanente de infestação do Aedes Aegypti. Além da dengue, a doença com maior incidência, o mosquito é também transmissor do zyka vírus, da chikungunya e da febre amarela. Infelizmente, a situação não é novidade: ocorre desde março de 2013.
Segundo a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental, Ivânia Silvestrin, o município já vinha trabalhando com a presença do mosquito em anos anteriores aos dos registros de infestação, mas agora a circunstância é realmente de alerta. O LIRA é realizado três vezes ao ano (neste o ano, o terceiro e último foi realizado há cerca de um mês) e é fundamental para que os agentes obtenham uma visão geral da situação municipal ainda antes dos meses mais favoráveis à proliferação, de modo a facilitar os planos de combate. Nos meses de ocorrência do levantamento, a Vigilância sorteia quarteirões dentro do município onde realizará as fiscalizações em residências e busca orientar os moradores. O cálculo do levantamento leva em conta o número de focos do mosquito encontrados em um raio de 300 metros das residências. Quando três focos ou mais são constatados nesta área, o local já é considerado infestado e a intervenção é feita pela Secretaria de Saúde Municipal. Em Passo Fundo, o número assusta. Foi constatada a existência de larvas do Aedes Aegypti em cerca de 50% das residências fiscalizadas.
Nestes três anos trabalhando contra a infestação, a Vigilância Ambiental descreve a tarefa como bastante complicada. “A gente precisa contar com o apoio e a conscientização da população para poder negativar o município. Então a gente trabalha o ano inteiro em situação de alerta, justamente para evitar o surgimento de novos focos e eliminar os que já existem”, explica a chefe do Núcleo. Secretário da Saúde do município, Luiz Arthur Rosa Filho também menciona a importância de cada cidadão cuidar do próprio pátio, assim contribuindo para a cidade em geral. De acordo com o secretário, historicamente, março e abril são os meses com maior risco de epidemia do Aedes Aegypti em Passo Fundo, mas os cuidados são constantes. “As temperaturas mais amenas durante o inverno de 2015 foram favoráveis à reprodução do mosquito. Neste ano, as baixas temperaturas recorrentes dificultaram a proliferação, mas ainda não é motivo suficiente para baixar a guarda”, destaca.
Ivânia Silvestrin comenta que o mosquito já se adaptou às situações regionais e agora não depende de água limpa para a reprodução; água suja, desde que esteja parada, também é local de risco. “A gente segue fazendo a orientação de que, em hipótese alguma, essa água deve permanecer ali parada. Então a vistoria é feita e, identificada a situação de água parada, a gente orienta o morador que aquela água deve ser trocada diariamente. A água estando parada por três dias já nos sugere o risco de criadouro da dengue”. Segundo ela, não é possível informar com exatidão as áreas do município em que é mais recorrente encontrar estes focos, pois o Núcleo de Vigilância Ambiental fazia coletas e análises de amostra de larvas até março deste ano, mas, devido à infestação extrema de Aedes Aegypti vivenciada em todo o país, o Ministério da Saúde suspendeu a tarefa. “O que podemos dizer é que em todos os bairros encontramos focos, está espalhado, por isso todo cuidado é pouco”.
Multas
Até outubro deste ano, 119 residências passo-fundenses foram notificadas pela incidência de larvas. Pela lei municipal número 5173/2015, no momento em que o morador é notificado a respeito da identificação de larvas do mosquito, ele recebe da Secretaria de Saúde um prazo de 24 horas para que o foco seja eliminado. Se as providências não forem tomadas após o prazo, o morador é multado.
Passo Fundo mantém alerta
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