Para quem vive o lançamento de livros em Passo Fundo é preciso dizer que há motivos para comemoração. Acompanhando os movimentos desde os primórdios da Feira do Livro percebe-se que os autores locais e regionais produziram obras de valor e intensidade bem mais do que se poderia prever. Bem que gostaria de ter a agilidade e perspicácia de um Paulo Monteiro, ou Ivaldino Tasca, entre outros, para sorver tantas preciosidades que vi apenas em epítetos. Com o perdão pela lentidão neste apreço, faço, por ora, algumas observações ao trabalho de Jorge Salton, Pablo Morenno e Adelmir Schiessere, no qual me detive. O livro lançado, “Vaivém – a empatia para a superação de comportamentos violentos como o bullying e o mobbing, e para o aumento da sensação de felicidade,” agrega revelações versadas com ênfase na ciência e percepções do cotidiano, únicas, universalizadas. A primeira parte explica com rara clareza e precisão o que seria o fluxo da empatia. Expressa o diferencial entre a essência destas relações no vaivém e o que se tem no senso comum, ou conhecimento simplista de efêmeras formas do que se apresenta como marketing da simpatia. E mais, os relatos em artigos assinados individualmente pelos autores são preciosidades. No título “Pardal Dourado” (Adelmir Sciessere), comoveu-nos a expressão inelutável do significado que tem a liberdade: “passei a respeitar a liberdade alheia. Liberdade que eu não sentia, mas que muito desejava. Liberdade.” A obra toda exprime conhecimento, literatura e vida das pessoas. Muito bom o trabalho.
Ver os outros
Passado dos 65 anos com experiências múltiplas sobre o comportamento humano (como é meu caso), nem sempre parece fácil reconhecer a inutilidade da exacerbação perante condutas provocativas. É duro reconhecer necessidade de maior autocrítica. O caso é melindroso. As pessoas vivem situações não aparentes que geram angústias. Freqüentemente o que parece agressão é de alguém acometido por destempero inconsciente. Ataca para se defender, como diz o adágio francês, “não é possível se defender sem atacar” (sens d’attaque). É razão genérica nem sempre aplicável, mas fortemente instintiva.O erro é recíproco. Este espírito é embutido na lei antibullying, rara evidência legal que promove prioritariamente a reeducação do agressor, facultando a aplicação da pena. A tendência é, no entanto, julgarmos por uma lógica histórica denunciada na era romana “est proprium stultitiae, vitia eorum cernere, oblivisci suorum” (é próprio da estultícia condenar o erro dos outros e desconsiderar os próprios). Deduz-se que julgar precipitadamente pode romper o fluxo da empatia.
Idosos
Nem é raro verificarmos em que familiares exploram os idosos. Ludibriam o aposentado, pressionando por empréstimo, procurações cabulosas ou esbulho patrimonial. Netos ou sobrinhos (filhos?) em pleno vigor da vida destroem o orçamento de idoso, principalmente quando embrenhados na droga. É muita iniqüidade, é crime!
Ku Klux Klan
O presidente eleito Donald Trump ilumina o hediondo abscesso social dos EUA, o racismo. Além disso, observadores acham que o bilionário vai sentar o pé na macega, impedindo que pactos de preservação ambiental do império ianque sejam cumpridos. A KKK está no poder.
Abafa, não!
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, ainda que pondere alguns equívocos da Lava Jato, vê momento em que a investigação pede defesa. Percebe que a mediocridade é o manto protetor da corrupção e está encruada no Parlamento. Não adianta o relator Onix Lorenzoni garantir que não haverá anistia no Caixa - 2. A votação, na calada da noite, vai decidir. Nem os procuradores decidem se a operação está imune ao abafa!
Breves:
- O Brasil precisa cuidar da produção. Conservadores podem aposentar o ódio ou a mágoa pela derrota tucana. A esquerda, por sua vez, perdeu estofo para impor dogmas.
Vejam só! Garotinho e a Cláudia, mulher de Cunha. Ambas as figuras têm carinha de anjo, mas estão em apuros!