A diferença das crises
O diferença entre a crise do Rio de Janeiro e a do Rio Grande do Sul, está nos seus agentes públicos. No Rio, a orgia com o dinheiro público que enriqueceu políticos, ajudou a afundar o estado na lama da corrupção. No Rio Grande do Sul, até prova em contrário, a causa tem mais relação com competências e formas de gestão, do que qualquer outra coisa. O que levou o Estado a uma situação de caos nas finanças públicas foi a forma como cada chefe de Estado decidiu conduzir o governo. As escolhas feitas, como bem estamos percebendo, não foram as melhores, porque a conta chegou e bem salgada. O atual governador, José Ivo Sartori, pretende, na terça-feira, anunciar o que está sendo batizado de refundação do Estado. Uma reforma raivosa, guardada a sete chaves, será desvendada por três secretários, entre os quais o carazinhense chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi. Segundo o Jornal Correio do Povo, o detalhamento da reforma deve durar três horas. Calculem o peso das medidas.
Cultura
Advogado Osmar Teixeira durante uma entrevista dada na sexta-feira à Rádio Uirapuru: “Vivemos no Brasil a cultura de que o estado pertence ao partido político que está no poder. Este é o problema. O Estado deve ser zelado mais do que se fosse a coisa própria”. Ele se referia a corrupção e, especialmente, aos últimos episódios escandalosos envolvendo dois ex-governadores do Rio de Janeiro. Enquanto pode, Sérgio Cabral, preso no complexo do Bangu, com Anthony Garotinho, ostentou e foi a farra com dinheiro público.
Mais alto
O ministro Eliseu Padilha, PMDB, braço direito do presidente Michel Temer, tem mantido com eficiência uma relação muito próxima das forças econômicas e políticas que movem o Rio Grande do Sul. Sim, naturalmente isso acontece porque ele é gaúcho. Mas, talvez esteja de olho em um voo mais alto nas eleições de 2018. José Ivo Sartori tem dito que não almeja a reeleição. Não é de se estranhar que Padilha seja o nome do PMDB ao governo do Estado. Ou, o nome do partido para o Senado. Com certeza, ele não buscará apenas a Câmara dos Deputados.
Foi dito
“A situação é calamitosa não só no Rio de Janeiro, mas também em outros Estados por conta de erros similares. Se a recessão persistir, o problema vai se agravar e se espalhar pelo país com consequências sociais imprevisíveis”. Raquel Landin, colunista da Folha de São Paulo.
Confere!
Intolerância ideológica, radicalismos de esquerda e direita: um tema muito atual e velho ao mesmo tempo. O Nacional deste fim de semana reflete sobre o assunto através de vários entrevistados. Páginas 8 e 9.