A taxa de detecção de aids em menores de cinco anos caiu 36% nos últimos seis anos, passando de 3,9 casos por 100 mil habitantes, em 2010, para 2,5 casos por 100 mil habitantes, em 2015. A taxa em crianças dessa faixa etária é usada como indicador para monitoramento da transmissão vertical do HIV. Os dados são do novo Boletim Epidemiológico de HIV e Aids de 2016, divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Ministério da Saúde, por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro. O Rio Grande do Sul é o segundo estado com maior número de casos, com 38 casos por 100 mil habitantes. Em Passo Fundo, os números têm sido maiores: no ano de 2015 foi de 43 casos por 100 mil habitantes. Ainda, foi observado um aumento de casos do sexo feminino, sendo jovens adultos os mais afetados, com idade entre 20 e 39 anos. O município tem cerca de 1,2 mil pessoas em tratamento e uma média de 90 novos casos por ano.
Orientações
O dia de sensibilização da luta contra a Aids também será adotado em Passo Fundo. A Secretaria de Saúde, através do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), e a turma do IX nível do Curso de Enfermagem da Universidade de Passo Fundo (UPF) organizam atividades para aderir a campanha nesta quinta-feira, na Praça Tochetto, das 8h30 às 16h. O objetivo é conscientizar a população, superar estigmas e ampliar o acesso universal ao tratamento e à prevenção da doença. Os acadêmicos de Enfermagem estarão à disposição da comunidade para orientações e esclarecimento de dúvidas sobre a Aids/HIV, além de oferecer testes rápidos de HIV, hepatites e sífilis nos consultórios que serão montados na praça. O resultado dos testes é liberado em aproximadamente 30 minutos.
Segundo o SAE, a campanha busca não somente informar as pessoas sobre as formas de transmissão, os sintomas e os perigos da doença, mas também auxiliar no combate contra o preconceito que os portadores de HIV sofrem na sociedade.
Boletim
De acordo com o novo boletim, 827 mil pessoas vivem com HIV/aids. Outro dado expressivo que consta no novo Boletim é a queda 42,3% na mortalidade em 20 anos. O incentivo ao diagnóstico e ao início precoce do tratamento, antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas da doença, refletiram na redução dessas mortes. A taxa caiu de 9,7 óbitos por 100 mil habitantes, em 1995, para 5,6 óbitos por 100 mil habitantes em 2015. Os dados se referem ao ano de 2015.
A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos, a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 41,1 mil casos novos ao ano. Desde o início da epidemia de aids no Brasil (em 1980) até o final de 2015, foram registrados 827 mil pessoas que vivem com HIV e aids. Desse total, 372 ainda não estão em tratamento, e, destas, 260 já sabem que estão infectadas. Além disso, 112 mil pessoas que vivem com HIV não sabem.