Pró-memória do papeleiro Chicão

Com o falecimento do seu Chicão, a biblioteca comunitária deixada por ele corria risco de desaparecer. Por meio de campanha, população conquistou ajuda para reverter a situação

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Viúva de Chicão diz que estrutura da biblioteca comunitária necessita de consertosViúva de Chicão diz que estrutura da biblioteca comunitária necessita de consertos
Viúva de Chicão diz que estrutura da biblioteca comunitária necessita de consertos
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Não é somente a saudade que incomoda a família do papeleiro Valdelírio Nunes de Souza, conhecido como Chicão, falecido há pouco mais de um mês. A família também enfrenta dificuldades financeiras e problemas na estrutura onde são armazenados os livros coletados do lixo por Chicão em seus 72 anos de vida. O acervo, transformado em biblioteca comunitária, corria o risco de sumir. Sem renda suficiente para manter a família e sem condições para consertar o teto do galpão, que apresenta problemas e está em local de ocupação, a viúva de Chicão, Antônia Lima Silva de Souza, precisou vender parte das obras literárias para uma empresa de reciclagem.

O caso despertou a empatia da população e uma campanha foi iniciada nas redes sociais, sob coordenação do professor Ironi Andrade. A repercussão positiva motivou a realização de uma reunião, coordenada pelo secretário de Gestão da Prefeitura Municipal, Diorges Oliveira, e com a presença do secretário de Educação, Edemilson Brandão, e do secretário de Cultura, Pedro Almeida, a fim de resolver a situação de maneira definitiva e preservar o acervo bibliográfico deixado pelo papeleiro. Na ocasião, ficou estabelecido que, enquanto a população e a Academia Passo-Fundense de Letras (APL) continuam trabalhando na arrecadação de recursos para oferecer melhorias nas condições de moradia e alimentação da família de Chicão, o poder público estudará o encaixe da família em programas municipais e ampliará o espaço físico de uma escola municipal para abrigar a biblioteca e um museu em homenagem ao finado Chicão.

A campanha

A iniciativa para ajudar a família de Chicão reuniu moradores, membros da APL e o professor Ironi Andrade, visando preservar a memória deixada pelo papeleiro. Juntos, eles realizaram uma visita ao galpão transformado em biblioteca comunitária, para verificar as condições em que se encontravam o acervo e a casa da família do finado. Foi então ratificado um acordo com dona Antônia, onde ficou firmado que a família não venderia as obras restantes, desde que o teto da biblioteca fosse consertado e que alguma ajuda financeira fosse provida a eles. Os membros da APL se comprometeram em auxiliar a família no que for possível, visando garantir alguma renda mensal. Além disso, o coordenador da campanha abriu uma conta bancária, onde a população pode doar qualquer valor, para que os consertos prometidos possam ser realizados. As informações da conta para depósito voluntário são: Conta 46988-1, Agência 0494, Operação 013, Caixa Federal.

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