Este ano, o Papai Noel não veio em um trenó na escola Maria Dolores Freitas Barros, mas em um furgão amarelo do Sedex. O colégio, localizado no bairro Santa Marta, foi um dos contemplados com a adoção das cartinhas dos Correios deste ano. As crianças matriculadas, até o 5° do ensino fundamental, que redigiram um texto para o bom velhinho receberam, na tarde desta terça-feira (13), os presentes.
Os olhos dos pequenos percorriam, atentos, o movimento dos entregadores dos Correios com os presentes na mão. A cada nome chamado, a ansiedade de um se transformava em alegria que era esboçada pelo sorriso no rosto dos que já tinham o presente em mãos. Alguns sorrisos mais tímidos do que outros, como o de Kevin dos Santos Oliveira. O menino retraído, de 12 anos, escreveu uma carta para realizar o sonho do irmão Kaique, de 6 anos. “Meu irmão sempre quis e pedia uma bicicleta, mas a minha mãe não podia comprar. A senhora sabe né?”, questiona Kevin em pergunta retórica à reportagem de ON. “Quando falaram da cartinha do Papai Noel, eu pensei nele. Nesse Natal ele terá a bicicleta”, afirma.
Além da bicicleta para o irmão, Kevin também pediu um presente para si na carta. Pouco depois de ter completado a primeira década de vida, já diz, com convicção de adulto, que profissão quer seguir: policial. Sabe que terá de estudar e por isso pediu materiais escolares - que vieram acoplados na bicicleta preta de Kaique. Além do presente duplo dos irmãos, cerca de 250 outras crianças foram presenteadas na escola. Quem entregou presente por presente aos pequenos foi o funcionário dos Correios Marcelo Silva de Almeida, que se fantasiou de Papai Noel. Este foi o primeiro ano que ele participou da ação como bom velhinho e afirma que pretende engajar-se na campanha pelos próximos anos. “É muito emocionante. Não tem dinheiro que pague a satisfação que é alegrar uma criança. É fantástico”, resume Almeida.
O mais veterano entre os entregadores deste ano é o funcionário Clair Antonio Zanotto, que entrega a solidariedade dos anônimos às crianças há mais de cinco anos - quando os presentes ainda eram entregues nas casas. “A gente não imagina que as crianças podem ficar tão felizes em ver o Papai Noel que a gente sabe que não existe, mas para eles têm significado”, simplifica. Ao total, os Correios de Passo Fundo receberam certa de 800 presentes na campanha de Natal deste ano. Todas as cartas escritas foram adotadas e outras três escolas recebererão os presentes nos próximos dias. O nome das outras escolas ainda não foi divulgado.
