Vigilância redobrada

Com a elevação nas temperaturas, o Núcleo de Vigilância Ambiental reforça os cuidados na eliminação dos focos de Aedes aegypti e realiza controle do mosquito borrachudo

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Mais de 80 residências foram notificadas no município por terem focos do mosquitoMais de 80 residências foram notificadas no município por terem focos do mosquito
Mais de 80 residências foram notificadas no município por terem focos do mosquito
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Mais que uma temporada de diversão, o verão é uma estação que demanda cuidados especiais. Além de mosquitos que geram incômodo, alguns preocupam um pouco mais por serem transmissores de doenças. Neste ano, como nos anteriores, a maior preocupação do Núcleo de Vigilância Ambiental de Passo Fundo é quanto à incidência de focos do Aedes aegypti, transmissor da dengue, do zika vírus e da chikungunya.
O trabalho de fiscalização e orientação realizado pelos agentes de saúde é redobrado em épocas de elevação na temperatura, quando o ambiente se torna propício para o aparecimento do Aedes aegypti. “Agora começamos a ficar muito mais preocupados porque começaram a aparecer os focos do mosquito. Aqueles ovos que estavam em ambientes favoráveis, em recipientes até então secos, com esse calor e ao entrar em contato com a água, provavelmente irão eclodir”, explica a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, Ivânia Silvestrin. Neste mês, a Vigilância encontrou um percentual de foco do Aedes na cidade muito maior que em novembro, embora não seja possível precisar o número de focos localizados, porque desde março deste ano o Ministério da Saúde, por meio de uma portaria, suspendeu as coletas de larvas em municípios que sofrem infestação permanente do mosquito, como é o caso de Passo Fundo – segundo o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes (LIRA), foi constatada a existência de larvas do Aedes Aegypti em cerca de 50% das residências fiscalizadas no período do levantamento.
Determinou-se que, nestes municípios, todo tipo de larva encontrada seja considerada de Aedes aegypti, sendo tratada e eliminada como tal. O que a Vigilância percebe é que os focos se encontram em todos os bairros e não apenas em zonas específicas. “Dos bairros onde trabalhamos no último período deste ano, os que mais nos preocupam, por terem maior número de focos, são os bairros Lucas Araújo, Jaboticabal, Integração, Vila Luiza e Petrópolis”. Em 2015, quando as larvas ainda eram coletadas, foram registrados 679 focos do Aedes aegypti e 177 do Aedes albopictus. Enquanto o Aedes aegypti transmite as três doenças (dengue, zika e chikungunya), o Aedes albopictus transmite apenas a febre chikungunya.
Em caso de suspeita de focos do mosquito em algum local, é possível efetuar denúncias no telefone (54) 3046-0073, para que a Vigilância compareça ao local e verifique a situação. Caso a suspeita se confirme, os agentes orientam o morador na eliminação dos criadouros e marcam visita de retorno em um período de 24h – se o problema demandar muito tempo para ser resolvido, este prazo pode se estender a, no máximo, cinco dias. Se no retorno da Vigilância ao local o problema não tiver sido solucionado, é emitida uma notificação e, novamente, estabelecido um prazo de 24h para eliminação do foco. Em caso de mais um descumprimento, o morador é autuado. As multas variam entre R$360 e R$4 mil.
O ano chega ao fim no munícipio com 82 notificações de focos em residências e 10 moradores multados. Este é o primeiro ano que a Vigilância trabalha com notificações e multas, já que as medidas foram estabelecidas pela Lei Municipal nº 5173/2015, aprovada no final de 2015 e em vigor desde o início de 2016.


Casos de dengue, zika e chikungunya
Em 2016, o Rio Grande do Sul registrou, até o momento, 2.434 casos confirmados de dengue. Desses, 2.157 são autóctones, ou seja, contraídos dentro do RS. O pico da incidência dos casos foi entre fevereiro e março, com significativa queda a partir de abril. Desde o final do inverno, somente dois casos autóctones foram confirmados no estado. Em relação à febre chikungunya, foram 69 casos confirmados, dos quais três autóctones. Enquanto sobre o zika vírus, foram 85 casos confirmados em 2016, dos quais 44 autóctones. Em Passo Fundo, há registro de mais de 100 notificações quanto a possíveis contrações de doenças transmitidas pelo Aedes até o momento. Dessas notificações, duas se confirmaram como caso de dengue autóctone e uma como caso de chikungunya importada. Não houve nem um caso positivo de zika.


Pernilongos e borrachudos
É comum no verão a presença de outros mosquitos, mesmo dentro das residências, como pernilongos e borrachudos. Embora estes mosquitos não transmitam doenças, eles podem ser bastante incômodos. Para evita-los, Ivânia orienta que a população utilize repelentes durante o dia e que evite água parada, porque pernilongos têm o costume de depositar ovos nestes locais. Quanto aos borrachudos, ela informa que a Vigilância Ambiental realiza controle das áreas urbanas e rurais com maior número de ataque de borrachudos. “As comunidades do interior já aplicaram o biolarvicida e nós, da Vigilância, aplicamos em alguns pontos dentro da cidade. As três aplicações do ano já foram concluídas e a tendência é que agora diminua o número de ataques dos borrachudos”.

Cuidados contra o Aedes
A Vigilância Ambiental orienta:
- Eliminar qualquer água parada, em área interna ou externa;
- Verificar bandejas de geladeiras e vasos de plantas aquáticas;
- Manter flores sem pratinhos ou eliminar a água deles;
- Não manter água em vasos sanitários que não estão sendo utilizados (eliminar ou lavar esses vasos a cada dois ou três dias);
- Não deixar água da chuva acumulada em caixas d’água, colocar tela embaixo da tampa de caixas d’água e na entrada e saída de calhas;
- Tratar e manter a água de piscinas com cloro durante os 12 meses do ano;
- Não descartar pneus em qualquer terreno baldio e não deixa-los expostos à chuva (se o morador não tiver local adequado para o descarte, pode levar o pneu ao Ecoponto, junto à Pedreira da Prefeitura Municipal, no bairro São Luiz Gonzaga).

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