Sem retorno

Pelo menos 700 livros retirados na biblioteca municipal não foram devolvidos pelos leitores

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Desde a reforma do prédio e no acervo da Biblioteca Municipal Arno Viuniski, há três anos, o número de usuários cadastrados saltou de pouco mais de mil para 5 mil. Um aumento comemorado pela direção, mas que também teve reflexos na quantidade de títulos retirados e não devolvidos. Segundo levantamento da coordenadoria, pelo menos 700 livros não retornaram mais para as prateleiras da biblioteca. Destes, cerca de 400 foram retirados há mais de oito meses e já estão sendo considerados como 'perdidos'.

Durante o ano letivo, a média diária chegou a cinco novos cadastros. A renovação do acervo, com aquisição de obras atualizadas, atraiu públicos de diferentes idades. Para dar conta de demanda e do volume de retiradas, o sistema de empréstimo passou a ser informatizado. Através da senha obtida durante o preenchimento do registro, o leitor tem a possibilidade de renovar o título, após a primeira semana, pela internet ou pelo telefone. A segunda renovação, por mais sete dias, deve ser feita na própria biblioteca.

Mesmo com a comodidade e praticidade do sistema, o número de obras não devolvidas continuou aumentando. Para evitar mais perdas, a coordenação, a partir do segundo semestre deste ano, decidiu reduzir de três para apenas um título por retirada. “Praticamente triplicamos o número de usuários em três anos. Conseguimos atrair um público jovem. Este é o nosso objetivo, fazer a obra circular cada vez mais, no entanto, é preciso ter a consciência de que o livro é um bem público, portanto, deve ser devolvido para que outras pessoas tenham acesso a ele” diz a coordenadora da biblioteca, Suzana Einloft Salles.


Ela explica que a primeira tentativa de recuperação da obra não devolvida é feita por telefone ou e-mail. Quando não há retorno, o usuário recebe uma carta. Conforme Suzana, um estudo já está em andamento na Procuradoria Geral do Município (PGM) para avaliar a possibilidade de criação de um dispositivo legal que torna possível a cobrança de multa para casos de atraso e não devolução. Caso seja levado adiante, o projeto terá de passar pela Câmara de Vereadores.

Somente nos últimos quatro anos, o acervo da biblioteca teve um investimento de aproximadamente R$ 300 mil. São 15 mil títulos, com três volumes para cada um deles. Um permanece na biblioteca e dois são destinadas para empréstimos. O acervo é atualizado anualmente. A compra acontece pelo processo de licitação realizado no mês de janeiro. Para 2017, lista inclui 237 novos títulos.

Suzana explica que a escolha das obras é feita durante o ano, conforme solicitação dos leitores. “Cada vez que um usuário nos pede determinado título que não consta em nosso acervo, ele é anotado em uma lista. Outro critério é ouvir os professores da rede municipal para saber quais obras são mais urgentes. “No final do ano a gente faz um levantamento destes dados e define a lista” explica a coordenadora.

A chegada da nova remessa de livros está prevista para abril de 2017. Na relação, nomes consagrados da literatura como Gabriel Garcia Marques, Clarice Lispector, Cecília Meirelles, Ferreira Gullar, entre outros.

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