Às 14h40 do próximo dia 11 de março, sábado, um Airbus 318 da Avianca decolará pela última vez do Aeroporto Lauro Kourtz com destino a Guarulhos. Após mais de dez anos, será a despedida do avião vermelho dos céus de Passo Fundo, marcando o encerramento das operações da empresa na cidade. Uma sequência de fatores operacionais levou à decisão. Os principais são a retirada de operações do modelo que atende Passo Fundo e as limitações operacionais para utilizar um modelo maior nesta rota. Ontem, o vice-presidente Comercial e de Marketing da Avianca, Tarcísio Gargioni, confirmou o fechamento da base operacional de Passo Fundo. “Comuniquei ao prefeito e entidades de Passo Fundo. A princípio estava planejado até 05 de março, mas como há uma feira (Expodireto) atendemos ao pedido do prefeito e, com esforço, conseguimos estender até 11 de março”. No site da empresa essa é a última data disponível com voos para Passo Fundo. A Avianca mantém uma estrutura em Passo Fundo para operar somente um voo diário. O voo, segundo estimativas, mantinha uma ocupação na faixa 71-75%. A base operacional em Passo Fundo tem de dez a 12 funcionários que, a princípio, deverão ser relocados para outras bases da empresa.
Limitações no aeroporto
Segundo Gargioni, a decisão foi tomada por questões operacionais. O primeiro fator é que os voos para Passo Fundo são realizados pelo Airbus 318 com capacidade para 120 passageiros, atualmente o menor avião da companhia. O modelo vem sendo retirado da malha e, tudo indica, que a partir de junho não estará mais na frota da empresa. “Toda a operação de Passo Fundo representaria meio trilho de um A-320”, disse em referência a utilização de um Airbus 320, modelo com capacidade para 162 passageiros. “O avião não está homologado para operar em Passo Fundo. Poderíamos operar com o 320 se não houvesse limitações do aeroporto”. Gargioni não entrou em detalhes técnicos, mas as restrições estão relacionadas às condições operacionais da pista. Haveria uma opção intermediária: o Airbus 319 (132 passageiros), porém este modelo serve exclusivamente à Ponte Aérea. A Avianca não pretende operar com aviões menores e está renovando a frota. “Agora estamos recebendo mais A-320, todos novos. Já recebemos dois do tipo Neo”, disse em referência ao mais moderno modelo da Airbus.
Da Rio-Sul à Avianca
O voo de Passo Fundo a São Paulo (Guarulhos) iniciou pela Rio-Sul que utilizou os aviões Bandeirante (com escalas), Brasília, ERJ-145 e Boeing 737-500. Depois, com o Boeing 737-300, foi operado pela Varig até seu fechamento, em meados de 2006. No final do mesmo ano o voo passou para a Ocean Air, hoje Avianca Brasil. A empresa montou uma base em Passo Fundo e, além de São Paulo, também ofereceu voos para Porto Alegre. Em Passo Fundo a Ocean Air/Avianca utilizou os turboélices Brasília e Fokker-50, substituídos pelos jatos Fokker-100 e Airbus 318. Agora, a ligação com São Paulo ficou restrita ao voo para Viracopos (Campinas) pela empresa Azul.
