Ajuda aos animais silvestres

Centro de Acolhimento de Primatas e Aves, que cuida de cerca de 200 animais sem condições de voltar à natureza, necessita de ajuda financeira para continuar trabalhando

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A Associação para Conservação da Vida Silvestre (Convidas) foi criada em 2004, para dar suporte operacional ao projeto de conservação de espécimes silvestres vítimas de maus tratos ou em situação de perigo, encaminhadas ao Centro de Acolhimento de Primatas e Aves (PRIMAVES). Atualmente, embora o Centro conte com parcerias de diversas empresas e colaborações individuais da comunidade para realizar o serviço, o valor arrecadado não tem sido suficiente para a manutenção adequada na qualidade de vida dos cerca de 200 animais acolhidos.
Localizado no distrito de Bela Vista, o PRIMAVES surgiu para apoiar uma atividade de estudo das populações de primatas no Rio Grande do Sul, realizada pela Equipe de Primatas (EPRIM), do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (UPF). Desde o início, sua função é a de abrigar primatas e aves prejudicados – apreendidos por crimes como caças, contrabandos, maus tratos, retirados de cativeiros muito antigos, que nunca viveram na natureza ou que têm problemas físicos e crônicos de saúde – e que, portanto, já não seriam capazes de viver por conta própria na natureza. No PRIMAVES, eles têm a chance de receber a melhor condição de vida possível em um cativeiro.
O problema, conforme explica o diretor executivo do Convidas, Nestore Codenotti, é que o Centro vive uma situação precária. A expansão do número de animais atendidos e o aumento dos custos em geral, aliados a uma crise financeira generalizada no país, gera desequilíbrio na receita – as despesas superam as contribuições. O maior apoio ao PRIMAVES vem da UPF, não em dinheiro, mas em serviços. Além de conceder atendimentos no Hospital Veterinário, 80% da mão-de-obra, tanto na entidade quanto no PRIMAVES, é de bolsistas universitários – o valor das bolsas é repassado pela própria UPF. Algumas empresas também prestam serviços gratuitamente, como escritórios de contabilidade, por exemplo; outras ajudam com produtos de consumo regular. Já a ajuda financeira vem de empresas contribuintes e da Prefeitura Municipal, que tem convênio anual com a entidade e cobre cerca de 7,5% das despesas. Mas apesar de todas essas ajudas, dos cerca de R$ 20 mil em gastos mensais, apenas R$ 8 mil são arrecadados por meio das parcerias.
O restante é incerto. Algumas contribuições extras chegam por meio da comunidade, que apadrinha animais e doa mensalmente um determinado valor para mantê-los, e o resto sai de dinheiro próprio dos três fundadores do Convidas. “Nós também criamos um fundo de manutenção da entidade, mas esse fundo foi criado no início com dinheiro de particulares e não queremos esgotá-lo. Por isso, temos que nos mexer para manter dinheiro no fundo e contar com ele toda a vez que faltam recursos”. Apesar de tudo, Codenotti esclarece que a entidade não quer gerar a impressão de que o Centro corre o risco de fechar e sim que precisam de ajuda para dar continuidade. “Como tem muitas instalações, a estrutura é pesada, e se você não cuida, não renova, não restaura, o local fica recaído e isso que queremos evitar. Queremos manter bem”.
Para aumentar a arrecadação, grupos de trabalho da Convidas estudam saídas e preveem algumas iniciativas para este ano, entre elas, fazer abordagem profissional junto a empresas que possam ter interesse em contribuir de maneira permanente e contar com o apoio de mais empresários. A Convidas também fechou pareceria com uma agência de tecnologia, que reunirá todas as páginas da Associação em uma única plataforma e-commerce, assim modernizando e facilitando as doações eletrônicas da comunidade.


Estrutura
Atualmente, o PRIMAVES não aceita novos animais, exceto em casos de urgência. Segundo o diretor executivo, a contenção se deve não somente aos gastos, mas também ao espaço. O complexo tem quase 60 recintos para os 200 animais abrigados. “Espaço até temos para mais animais, o problema é a socialização dos macacos, especialmente dos bugios, que é muito complicada. Alguns recintos com dois animais, pelo espaço disponível, caberiam cinco. Mas você não pode simplesmente ir acrescentando um animal de fora dentro de um espaço já ocupado por outros”.


Como contribuir
Empresários podem colaborar com doação de produtos, com prestação de serviços ou com doações financeiras. Ao colaborar com a Convidas, a entidade fixa uma placa de tamanho 70cm por 120cm num dos recintos do PRIMAVES, reproduzindo nome e imagem da colaboradora e declarando-a Empresa Amiga da Conservação.
Colaborações individuais podem ser feitas por apadrinhamento, quando é feito uma doação regular de um valor livremente proposto, em favor de um dos animais do Primaves, que se torna, assim, afilhado do padrinho ou madrinha; por voluntariado, quando o indivíduo se compromete a dedicar o tempo necessário ao desempenho de tarefas previamente combinadas; e por adesão a campanhas, feito em resposta a chamadas, a fim de dar cobertura a necessidades especiais e urgentes.
Também é possível doar qualquer valor em dinheiro por Transferência Bancária ou Depósito: Banco Banrisul (041), titular: Convidas, agência: 0310, Conta Corrente: 06.856755.0-2. Mais informações por e-mail, no [email protected], por telefone, no (54) 3313 – 6936, na página do Facebook (Convidas Vida Silvestre) ou no site www.convidas.org.br.

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