A mãe do aposentado Telmo Hermes passou por cirurgia nos últimos anos e precisa tomar diversos remédios, entre eles para a pressão alta. Os remédios são disponibilizados pelo município, porém, ultimamente, é difícil encontrar todos na Farmácia Central. “Faz cinco anos que eu pego remédio para ela e dificilmente eu consigo sair com todos que a mãe precisa tomar”, enfatiza. Alguns dos remédios custam mais de R$100 e se não estão disponíveis na farmácia do município, é preciso comprar. Hermes afirma que a família já chegou a gastar R$300 apenas com medicamentos. “A mãe é aposentada, vai metade do salário em remédio”.
Além de Hermes, muitas pessoas que vão até a Farmácia Central saem de lá com parte dos medicamentos. Em outros casos, os pacientes voltam para casa de mãos vazias e precisam procurar em outros locais. É o caso de Clarissa Lucas Polig. Mãe de dois filhos, o menor, com um ano, precisa de vitaminas e pomada para alergia. Esta foi a segunda vez que ela saiu do local sem medicamento nenhum. Ela afirma que agora vai tentar encontrar os remédios no Cais.
A falta dos medicamentos é justificada pelo aumento no consumo registrado no último ano. De acordo com o secretário de Saúde de Passo Fundo, Luiz Artur Rosa Filho, de janeiro a outubro de 2016, a procura aumentou cerca de 30% em relação ao mesmo período de 2015. Os remédios são comprados duas vezes por ano, geralmente nos meses de novembro e maio. “Temos aumento do consumo de medicamentos de maneira muito intensa. Nós fizemos cálculo de compra baseado no que saiu nos últimos quatro meses. Cada vez está saindo mais e a gente tem de seguir atualizando”, explicou.
A compra ocorreu em novembro e veio os medicamentos, mas agora já começam acabar de novo. A prefeitura então realizou uma nova compra em janeiro. “”A gente vai, com um novo empenho, receber a segunda leva. Os empenhos foram entreguem nos laboratórios na semana passada e eles têm prazo de 15 dias para entrega”, explica. Conforme o secretário, não há como precisar quantos medicamentos estão em falta atualmente porque eles já estão começando a chegar ao estoque da Farmácia Central. A previsão é que até a próxima semana todos os remédios estejam disponíveis novamente. “As fitas de glicose, por exemplo, a gente preve que ainda essa semana, entre quinta e sexta-feira, devem chegar”, comenta.
Recomendações
O fluxo de pessoas nas 10 farmácias do município é de aproximadamente 1200 pessoas. Só na Farmácia Central circulam 600 pessoas diariamente. Além da central, há 5 CAIS (Luíza, Boqueirão, Hípica, São Cristóvão e Petrópolis), a Unidade Santa Marta, Adirbal Corralo, Zacchia e a farmácia móvel. O secretário salienta que eventualmente os remédios que estão em falta na central podem estar disponíveis em outras unidades, mas como o estoque é centralizado, geralmente quando acaba na Farmácia Central, acaba em todas. “A recomendação da secretaria nesta semana, para quem está ficando sem medicamentos, é que o paciente retire nas farmácias populares. Toda Panvel, São João entre outras entregam gratuitamente boa parte dos medicamentos da pressão”, afirma.
Horário
Na central, são entregues também os medicamentos que são disponibilizados pelo governo do RS. A farmácia com medicamentos do Estado funciona das 8h às 14h, não fecha ao meio dia. E depois das 14h ela fica em expediente administrativo. Alguns usuários reclamaram a reportagem do horário de funcionamento. Luiz Artur Rosa Filho informou que o horário de atendimento foi reduzido em virtude das burocracias envolvidas no processo. “A nossa farmácia [do município] funciona automaticamente e a do Estado tem um processo mais complicado, então nós optamos por manter ela das 8h às 14h”, explica. A Farmácia Central - localizada na rua Fagundes dos Reis, n° 825 - funciona das 8 às 17 hs. O telefone para contato é o 3314-7540.