Vale apelar para as mais profundas razões do respeito humano, nesta hora de angústia avassaladora em que se desnuda o roubo do dinheiro do povo. Se não fosse a ação policial e dos denunciantes, do MP, imprensa, anônimos, ou delatores, a perversidade da corrupção teria tornado o Brasil o grande inferno do mundo. Sobrou pelo menos o direito de permanecermos num purgatório injusto para quem é honesto, olhando para o alto em busca de luz. É hora de apelar às mulheres de boa vontade. Mais do que buscarmos entender a onda férrea de nacionalismo liderada pelo presidente Trump, cabe-nos olhar para o exemplo de Michelle Obama, forte, ereta, incólume aos desvarios do poder, exemplo de dignidade ao lado do marido. Aqui no País, a advogada Adriana Ancelmo mostrou péssimo exemplo ao movimentar em seu escritório milhões das propinas de seu marido ex-governador do Rio. E tudo com soberba escarninha, ostentando jóias caríssimas. A mulher de Eduardo Cunha teve seus dias nababescos, exibindo fotos de compras em jóias, sapatos Louboutin, bolsas Vuitton, ou perfumes de princesa, como ilustra o jornalista Alberto Dines. É o sarcasmo de milhões da propina que jorraram com o petróleo sujo prejudicando nossa nação e países pobres da África.
Uma juíza no Supremo
Mas, em meio a esta tristeza, aqui no país tropical, surge uma voz de esperança. É a figura pálida e suave, mas de voz cortante, a ministra que preside o Supremo Tribunal Federal. Carmem Lúcia, que comanda o STF, suave e simples, aparece como figura predestinada à missão perseverante no ofício da suprema magistratura para agir com firmeza no combate à corrupção. Já deu demonstração de continuidade ao trabalho de Teori Zavascki, cuja morte exige explicações. A ministra já demonstrou sua indignação.
Ramificações
Os delatores da Odebrecht, acossados pela força do destino legal, no trabalho planejado pelo falecido ministro Teori, concentram a espera por vigorosas denúncias. A presidente do STF chancela o ritual de reconhecimento das delações para homologação. Carmen Lúcia vence a consternação e assume posição firme que o momento exige. Ao mesmo tempo, países da África, Panamá e Guatemala confirmam a ramificação da propina com participação da Odebrecht.
Abalo
As empresas de grande porte envolvidas na corrupção certamente acumularam lucros fantásticos. Não veem o doloroso desemprego que causaram. A voracidade do lucro torpe não levou em conta a advertência milenar dos romanos “camellus cornua cupiens, aures perdidit” (o camelo, desejando ter chifres, perdeu as orelhas). O clima instalado por esses mega grupos do Brasil é devastador e atenta contra o esforço de nacionalidade. O roubo deixa rastro sinistro de descrença e uma orfandade para a empresa nacional.
Desguarnecido
Segmentos que dependem de vigilância permanente já não recebiam atenção há mais tempo. Fala-se hoje em forças do Exército Nacional e Polícia Federal como socorro de urgência para guarnecer as fronteiras por onde são traficadas armas e o tóxico. Num governo sem a necessária credibilidade, onde acusações derrubam ministros a cada momento, fica mais difícil vigiar uma fronteira de 16 mil quilômetros. Por isso a meta de estabilização fica mais lenta.
Escândalos
Nos estados e municípios a crise aponta a injustificável diferença de seriedade nas administrações. Os escândalos revoltam comunidades carentes.
Passo Fundo
Felizmente, nosso município que foi presidido em duas gestões de Airton Dipp e agora Luciano Azevedo no segundo mandato, mantém a seriedade. Esse cuidado é alento para vencermos um período que apresenta desafios.
Retoques:
Já pensou no que reserva um período de cadeia que pode ser realidade para criminosos de elite da Lava Jato e outras operações policiais?
Muro na fronteira com o México, restrição a imigrantes de países muçulmanos e o nacionalismo imprevisível do presidente Trump podem ser estopim ao terrorismo.