O Carnaval sem carnaval
Estamos em pleno Carnaval, mas, pelo segundo ano consecutivo, sem festa popular nas ruas de Passo Fundo. A maneira como tratam do Carnaval é um verdadeiro carnaval. Aliás, um triste enredo que trocou a elegância dos passos cadenciados pelo desalinhado empurra-empurra. Mesmo longe da passarela não faltaram holofotes aos destaques, que atiraram confetes às arquibancadas e serpentinas aos camarotes. O asfalto é público e os instrumentos até poderiam ser da iniciativa privada, mas a harmonia deve vir do berço das escolas de samba. Público, privado ou autossustentável? Ou as três opções? Nada disso! A crise não permite. Sim, estamos enfrentando uma avassaladora crise cultural. É uma onda que aniquila fragmentos da história e, tal qual a Quarta-feira de Cinzas, leva um bom bocado da nossa alegria. No Carnaval ficamos sem carnaval, sem o talento de nossos passistas, mestres-salas e porta-bandeiras. E as novas conquistas? Será que também acabaram as nossas paixões de Carnaval? Nesse perigoso interlúdio, um legado está definhando.
O carnaval no Carnaval
Na prática, o Carnaval é um grande feriadão. Aliás, sequer é um feriado. Mas, mesmo sendo um ponto facultativo, fechou os bancos por mais de quatro dias. Os supermercados, claro, aproveitaram a carona. Muita gente foi à praia, aos balneários da região, ao Nordeste ou até mesmo pescar na Argentina. Tinha passo-fundenses na Marquês de Sapucaí. O casal amigo Bruna e Léo Castanho desfilou pela Mocidade. Mas neste Carnaval aqui em Passo Fundo também teve carnaval nos clubes. A folia está voltando com tudo aos salões. Pelos menos nos clubes está reascendendo o velho e gostoso Carnaval. Quanto riso, quanta alegria!
Aleluia (quase)
Ufa, está chegando a tão esperada lei que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas de Passo Fundo. Sancionada pelo prefeito, que vetou as emendas que a descaracterizavam, voltou à Câmara e teve os vetos acatados. Em outras palavras, isso representa um dispositivo legal para amparar a ação da Brigada no combate à baderna. Porém, como a objetividade na área pública é repleta de contornos, ainda falta a sua regulamentação. Isso pode levar até 180 dias. Mas, com uma pequena dose de boa vontade, poderá ser feita em 18 dias. Ou menos...
Irrestrita
Não é errada a ação da fiscalização para retirar ambulantes das calçadas. Mas a fiscalização não pode ficar restrita apenas a essa irregularidade. E a venda de alimentos (quase) itinerante à noite com mesas e cadeiras nas calçadas? E os produtos sem origem fora das calçadas? Ou com origem expostos nas calçadas? E as irregularidades das próprias calçadas, esburacadas, com lajotas soltas e desníveis que colocam em risco a nossa integridade física? Se for para multar, que seja de forma generalizada. Mãos à obra, pois irregularidades não faltam.
Trilha sonora
Depois da parceria com Hermínio Bello de Carvalho em ‘Sei Lá Mangueira’, Paulinha da Viola buscou muita inspiração para se redimir com a ala de compositores da sua Portela. Então, em 1970, gravou um samba-enredo que não foi o enredo, mas contagiou a avenida cantado no aquecimento e na dispersão: Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida
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