A proliferação de algas pode ser a responsável pelo odor e coloração da água que está chegando em mais da metade das residências de Passo Fundo, desde o final de semana. O fenômeno é atribuído ao aumento da temperatura da água e à falta de chuva intensa no município. Amostras foram encaminhadas para o Departamento de Análises Laboratoriais da Corsan, em Porto Alegre. O resultado deve ser divulgado ainda hoje.
Segundo o gerente regional da Corsan, Aldomir Santi, os testes identificaram o fenômeno apenas na barragem do Arroio Miranda, responsável pelo abastecimento de aproximadamente 70% da cidade. Na sexta-feira, a temperatura da água era de 26º graus, aproximadamente 4º graus, acima da média. Aliada à falta de chuvas intensas, este evento climático favorece a proliferação de algas.
Para amenizar o odor e a coloração turva da água, a Corsan já tomou duas medidas preventivas. Uma delas é realizar o expurgo de fundo da barragem para remover a camada orgânica acumulada. “Como é uma barragem de acumulação, as partículas de folhas e terra vai sedimentando no fundo” explica Santi. A outra medida, segundo ele, é aplicação de carvão ativado na água, para remoção de partículas e gases que provocam odor. A ação ocorre nas duas estações de tratamento localizada no bairro São Cruzeiro, que recebem a água do Miranda. Na estação do bairro São Luiz Gonzaga, cuja água vem do Rio Passo Fundo, os testes não identificaram a presença do fenômeno.
Apesar da mudança na cor e a presença de odor, Santi afirma que a água está completamente dentro dos padrões exigidos de potabilidade e que não oferece nenhum risco à saúde da população. Desde o início do verão, esta foi a primeira vez que o fenômeno se apresentou com esta intensidade. “Esta situação também ocorre quando chove muito ou falta chuva, há um desiquilíbrio e as algas se proliferam, mas como agora não havia ocorrido” explica. Segundo ele, com a ação para conter os efeitos provocados pela algas, a situação deve ser controlada nos próximos dias.
Testes
Química regional da Corsan, Ana Maria Brum da Silveira, explica que o órgão mantém equipes trabalhando durante 24 horas no monitoramento das condições da água. Os testes são realizados de hora em hora e os resultados registrados em fichas no chamado controle laboratorial. Com a alteração nos últimos dias, os resultados da coloração tiveram uma variação de 2 até 8 miligrama por litro de platina. Conforme a Portaria 2914, de 2011, o limite desta variação é de até 15 mg/L Pt. “A presença de cor na água não significa que ela esteja contaminada. Temos aparelho de última geração para garantir um controle rigoroso” diz Ana.
Segundo ela, o resultado do exame encaminhado a Porto Alegre vai indicar o tipo e espécie de alga que vem provocando a alteração. “Com base nesta análise fizemos os ajustes necessários no tratamento. Algumas destas algas ficam na superfície da água. Recebem muito calor e podem liberar substâncias. A população pode ficar tranquila, a água está sendo monitorada por profissionais e a qualidade mantida” explica.