Ainda bem que o mês de março consagra o dia da mulher, consolidado mundialmente no dia oito, pelo calendário gregoriano. É o momento de reconhecermos conquistas históricas no âmbito do trabalho e outros objetivos de libertação na luta feminista. É melhor pensar assim na primeira semana do mês, antes de nos perturbarmos com as memórias do golpe militar de 1964, em 31 de março. Aqueles 20 anos de truculência foram verdadeiro massacre ao contexto de liberdade. A opressão contra o pensamento humano lesou uma geração inteira, com reflexos na formação, sentidos nos dias de hoje. Foi repercussão da intolerância torpe que feriu a nacionalidade brasileira. É! Por que não devemos tolerar males evidentes, considerando que a própria tolerância é valor circunstancial, nunca absoluto. Sem considerarmos que o golpe ditatorial foi a covardia repugnante de uma elite que só aderiu depois que as forças dos Estados unidos invadiram Brasil. O episódio foi intolerável. A natureza republicana foi deturpada. A atmosfera tribal que sentimos hoje na política e na economia é resquício deste período infame. Na época o Brasil se debatia por uma reforma que atemorizou poderosos. Estes nunca quiseram dar espaço à grande maioria trabalhadora e sofrida. Ainda hoje relutam. A cultura, mesmo com ventos democráticos, é de barrar as lutas populares, recorrendo aos mesmos métodos, reprimindo iniciativos socializantes. Idéias igualitárias e lutas por utopias possíveis, chamam de comunismo. E fazem horrendas comparações usando uma mídia elitista deturpada.
Tolerância
Contrário à tolerância é o ódio incontinente. É a antecipação do julgamento punitivo imoderado. O pragmatismo reproduzido e leviano leva o ser humano a insensatez de difícil reparação. Vemos isso no cotidiano e facilitado nas redes sociais, onde a iniqüidade é sem nome. Neste aspecto parece providencial a insistência do Papa Francisco que é incisivo na premência de mudança de atitude. Tolerância não é concordar com o erro, mas respeitar o ser humano.
Leis
Os códigos brasileiros são repletos de leis, e em alguns casos considerados vetustos, como o Código Penal. De um lado vemos boa parte do senso comum dizer que a lei é fraca e iníqua. De outra parte as propostas são fulminadas com a assertiva de que a lei não muda a cultura ou costume. De fato, a lei escrita por si só não muda, mas contribui para transformações se for aplicada adequadamente. Sabemos, por exemplo, que o princípio legal de preservação ambiental continua desrespeitado pelos que devastam as florestas, mesmo que a lei proíba! O caso de agravante ditado pela lei 13.104 de 2015, que é recente, denominado feminicídio. Certamente trará efeitos na defesa da mulher vítima de violência quando houver os primeiros julgamentos. É considerado crime hediondo. Dados de Brasília indicam 641 casos típicos de feminicídio, no país onde mulheres jovens são a maioria das vítimas. Em dez anos o assassinato de mulheres negras cresceu 54%. Terrível isso!
Cifras
Dados levantados pelo policiamento rodoviário indicam aumento de mortes no trânsito no feriadão de carnaval. As 106 mortes na estrada fizeram subir em 36% as cifras em relação ao ano passado. Isso é desastroso e dá medo.
Retoques:
A quarta-feira de cinzas lembra a realidade implacável do ser humano: “memento homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris” (lembra-te que és pó e em pó te haverás de tornar”.
Quem tem familiares em Porto Alegre sente o drama da qualidade da água. Como é bom usufruir das condições de água potável em Passo Fundo, graças a Deus!
Banrisul e Corsan
Ao contrário do que sugere o governo federal, os deputados gaúchos dizem que o Banrisul não será vendido. A Cosan teria a mesma avaliação de invendável. O deputado Zé Nunes do PT levantou a questão, já que a União acena com a venda ou federalização destas estatais. A federalização é a ante-sala para a venda. Muito cuidado, portanto!