É quase inacreditável o montante das dívidas de empresas e pessoas físicas, inadimplentes em suas obrigações fiscais. Acrescente-se o débito acumulado de multas ambientais, ou as hiperbólicas quantias resultantes de ressarcimentos em infrações cometidas por concessionárias. São bilhões e bilhões de reais. Grupos que exploram canais de comunicação e fazem remessas às matrizes estrangeiras, e protelam compromissos junto aos cofres públicos. A sonegação à Previdência Social é escandalosa. E não raro surgem propostas de parlamentares sugerindo anistia de multas, dívidas tributárias e tantas outras formas de renúncia de arrecadação. Isso, sem contar com os golpes hercúleos à Fazenda Pública, como recentemente revela a lista dos corruptores na Operação Zelotes envolvendo o Carf -Conselho de Administração de Recursos Fiscais. Nestes episódios silenciados adrede pela mídia comprometida, bancos e grandes empresas do país fartaram os poderosos que exploram o trabalhador contribuinte. Observadores apontam renúncia tácita de 400 bilhões, sem exagero. Considere-se que o cálculo estimado não leva em conta as perdas estatais históricas.
Falta recurso
Com tanta sonegação e omissão intencional das gestões públicas vemos a sangria torrencial que esgota os cofres públicos. É uma forma cruel, mas suavemente desenhada perante a opinião pública. Esta enriquece alguns e massacra a grande maioria. Esses recursos sonegados, além das propinas, seriam suficientes para termos atendimento social, saúde pública, escolas, saneamento e habitação tão eficientes quanto acontece na Alemanha. Ao contrário, nutrem o caos das diferenças sociais.
Conluio
As empresas de produção e fundamentais no fomento econômico e social, probas e sem lobby fiscal, são agora ameaçadas com aumento da carga fiscal. O prenúncio de novos impostos vai agravar apenas para os pequenos e assalariados na linha de repasses. Este é mais um conluio das aristocracias financeiras que se preparam para assumir estatais que serão vendidas aos borbotões, não sem antes solapar instituições financeiras nacionais. Afinal, é o financiamento oficial que gerará recursos para os novos concessionários. As cotas do pré-sal estão sob a égide de leilão doido, e serão arrematadas a preço vil, repetindo-se a ilusão de que privatizando tudo o país cresce. Neste mesmo pacote querem anistiar o Caixa – 2.
Escola livre
O princípio da escolaridade é conhecido de todos. Não se pode dispensar o nível de exigência para que o aluno aprenda falar, escrever, as quatro operações matemáticas e noções de respeitabilidade entre colegas. A escola pressupõe disciplinas formais e de conduta que ajudam centrar o sentido de liberdade, com direitos e deveres. Estão criando factóides em cima de epíteto de marketing “escola sem partido”. Percebe-se nitidamente a idéia de pedagiar o pensamento. Deputados fundamentalistas bradam por uma docência neutra. Democrática e transparência, sim; neutralidade, ainda mais ditada por fundamentalistas que pregam ódio à esquerda, também não dá! Não há vida neutra! O debate é salutar e como dizem os italianos “pensiero non paga gabela” – pensar não para imposto.
Universidade Federal
A magna conquista de Passo Fundo, com o campus da Universidade Federal Fronteira Sul merece ser conhecida por toda a população. A construção avança e recebe novas verbas, segundo o diretor Vanderlei de Oliveira Farias que falou à Paula Petrini, no TV Câmara. Vejam o quanto é importante essa universidade que oportuniza preferencialmente a alunos oriundos da escola pública e é gratuita.
Mulher
Ela ama, sente, erra e acerta como nós homens. Tanto que é mãe, irmã, amiga, namorada ou esposa. Às vezes relutamos em deixá-la ser. E quando a percebemos calada, parecendo mistério inacessível, é preciso ter cuidado. Respeitar seus momentos de aparência indecifrável é reconhecê-la. Nesta hora corremos o risco pelo temor de estarmos perdendo um domínio irreal e ilegítimo, que insistimos em preservar. Encerra em si o sublime da vida. Vivenciar isso preserva momentos incomparáveis de amizade, fraternidade, amor, e a doçura como um favo de mel.