O Dia Internacional da Mulher, celebrado ontem, foi marcado por diversas atividades voluntárias em Passo Fundo. De cuidados estéticos a seminário sobre violência doméstica, o que uniu todas as ações foi um intuito em comum: reforçar a valorização da mulher, aproveitando o simbolismo do dia.
Cuidados estéticos
O curso de Estética e Cosmética da Universidade de Passo Fundo (UPF) promoveu, ao longo dessa quarta-feira (8), uma ação comemorativa que fornecia à comunidade o acesso a técnicas e informações de saúde e beleza. A atividade ocorreu de forma gratuita na Praça do Teixeirinha, no centro da cidade, no turno da manhã e da tarde. Serviços como procedimentos capilares, esmaltação e higienização capilar foram realizados por acadêmicas de diversos níveis da graduação.
A coordenadora do curso, professora Margarete Rien, explica que a ação faz parte de diversas outras iniciativas que contam com o trabalho voluntário das acadêmicas – hoje, as alunas estarão prestando cuidados às funcionárias da UPF –, em que a intenção é valorizar as mulheres e mostrar que, muito além da vaidade, o autocuidado diz respeito à preservação da saúde e ao bem-estar. “Mais de 200 mulheres participaram durante todo o dia. Elas amaram. São pequenos cuidados que podem ajudar muito na autoestima”, comenta.
Karilou Zys foi uma das diversas voluntárias da ação. Ela conta que a experiência, extremamente positiva, fez com que ela percebesse a importância do incentivo à atenção pessoal, mesmo em cuidados pequenos, como usar um creme para cuidar da própria pele. “A maioria das mulheres que passaram por aqui são mulheres humildes. Algumas, por serem carentes, não têm muito interesse por esses cuidados. Tem gente que nunca fez a sobrancelha, por exemplo. Então acho que é uma ação simbólica e de inclusão, que mostra para elas como é importante cuidar de si mesma, e como existem maneiras acessíveis de fazer isso”.
Violência doméstica
A Coordenadoria Municipal da Mulher da Prefeitura de Passo Fundo, junto com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, promoveu ontem um seminário com o tema central tratando da violência doméstica sofrida pelas mulheres, tanto por seus companheiros como pelos demais familiares.
Com exposições do delegado da Polícia Civil Gilberto Mutti Dumke, do promotor de Justiça Cristiano Ledur, da coordenadora da Casa da Mulher Danúbia Samora e do tenente Daisson de Andrade da Patrulha Maria da Penha, o evento, que foi realizado na tarde de quarta-feira na Academia Passo-fundense de Letras, se configurou em um importante momento de reflexão sobre a condição atual da mulher na sociedade.
Conforme o delegado Gilberto Mutti Dumke, um dos fatores mais importantes a serem considerados quando uma mulher vítima de violência resolve denunciar é a questão dos sentimentos que estão envolvidos. “Ninguém começa uma relação pensando no fim dela ou esperando que será vítima de violência. Então, quando uma mulher resolve ir adiante com um processo criminal contra o seu companheiro do qual é vítima de violência, ela terá um rompimento familiar, um rompimento de convívio. Por isso, considero o maior ato de coragem esse primeiro passo de procurar a polícia para fazer a denúncia e contar o que está acontecendo”, destacou.
Entretanto, a menor parte dessas denúncias iniciais acaba realmente se configurando em expedientes criminais, segundo aponta o promotor Cristiano Ledur. “Um número muito grande de procedimentos acaba não tendo um desenvolvimento criminal, porque precisam que a mulher manifeste o desejo em continuar com o processo. A não ser que tenha sido um caso com corpo de delito, com comprovada violência física, em que o processo segue de qualquer maneira, os casos que ficam em ameaças, mesmo graves, muitas vezes não vão adiante”, ressaltou.
O grande problema é que, em boa parte dessas situações, as agressões, ameaças e violência voltam a acontecer. Por este motivo, é essencial manter uma rede de atendimento e acolhimento para estas mulheres que, quando denunciam, não têm outro lugar para ficar senão na casa onde sofreram a agressão.
Pacientes homenageadas no HSVP
“Estou emocionada. Receber flores é muito bom. É um carinho que faz diferença para nós. Uma bela homenagem”. Foi assim que Joci Lima da Silva, 55 anos, em tratamento de um câncer de estômago há oito meses, avaliou este dia Internacional da Mulher, que foi especial para as pacientes do Instituto do Câncer do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo. Ao chegarem no serviço, as pacientes receberam afeto e parabéns em forma de flores.
As psicólogas Janaína Reolon Biasi e Gisele Dala Lana ressaltam ainda que a celebração da data contou com orientações da enfermagem sobre importância do auto cuidado, fisioterapia em relação aos cuidados com o corpo. Já com a psicóloga, as pacientes tiveram espaço para discussão das questões da feminilidade. “Estas ações acolhem as pacientes e abrem um espaço para orientações, dúvidas e para que possam ter um dia diferente enquanto estão realizando a quimioterapia. A intenção é estimular o autocuidado e a autoestima”, pontuaram as especialistas, destacando que o importante é que cada mulher encontre a si mesma e olhe para dentro de si como uma roupa do lado avesso.
Cabine fotográfica
Para homenagear as mulheres, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo disponibilizou na tarde dessa quarta-feira uma cabine fotográfica para o registro instantâneo de imagens. Na cabine estavam disponíveis acessórios divertidos para as fotos e até duas impressões por registro. A ação aconteceu das 13h30m às 17h30m, ao lado do Quiosque de Informações da Prefeitura de Passo Fundo, na Rua General Netto, próximo à Catedral. O registro de fotografias instantâneas foi uma ação gratuita e disponibilizada a todas as mulheres interessadas.