Um novo caminho para o desenvolvimento

Logistech acontece nesta sexta-feira (31) na Universidade de Passo Fundo. Atividade debate a malha ferroviária como uma alternativa eficiente para o desenvolvimento do Estado

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O desenvolvimento de uma região passa, necessariamente, pela forma como ela organiza a logística da distribuição daquilo que produz, o que envolve uma série de desafios, como a falta de recursos, de iniciativas e de comprometimento político. Para que essa realidade mude, a Universidade de Passo Fundo (UPF) promove, pelo terceiro ano consecutivo, o Congresso de Infraestrutura, Transporte e Logística do Norte do RS (III Logistech). O evento, que reúne lideranças políticas e comunitárias para debater ações e mecanismos para alavancar o crescimento do Estado, acontece nesta sexta-feira, 31 de março, no Centro de Eventos do Campus I da Universidade.

Nesta edição, o evento debate o sistema ferroviário instalado, sua eficiência atual, seus gargalos e volta especial atenção ao futuro da ferrovia, levando em conta os investimentos do modal. Está em pauta, de forma mais específica, a Ferrovia Norte/Sul, cujo traçado contempla o Norte do Rio Grande do Sul, compreendendo os ramais que ligarão Passo Fundo e região aos grandes centros.

Pela manhã, a mesa de debates contou com a presença do vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Antônio Roso, do deputado federal Cajar Nardes e do deputado e secretário estadual de Transportes, Pedro Westphalen, além do reitor da UPF, professor José Carlos Carles de Souza, e do coordenador da atividade, Marcos Cittolin.

Para o reitor, a Universidade precisa estar na vanguarda das ações que visam refletir e propor melhorias para a região. Em sua fala, ele reforçou que o envolvimento das instituições é fundamental para que as mudanças aconteçam. “A UPF tem proporcionado o debate de temas relevantes, aproximando autoridades regionais e nacionais para melhorar questões ligadas à logística. Esses temas são suprapartidários e nos colocam no centro das ações para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. A logística é um dos vetores que promovem o crescimento de uma região, e nossos encontros mostraram as carências, as melhorias necessárias e as ações que precisam ser feitas”, destacou.

O evento, a exemplo das outras edições, abre espaço para debates sobre as rodovias e a ampliação do aeroporto. O Logistech não se propõe apenas como um espaço para reinvindicações, mas como palco para a descoberta de soluções efetivas para os temas pautados. Na opinião do coordenador da atividade, Marcos Cittolin, hoje, as condições e a ineficiência dos modais ferroviários tornam o Estado menos competitivo. “Apesar do nosso crescimento e desenvolvimento, ainda temos como nosso principal desafio as nossas condições de logística. Nossa ferrovia foi construída em uma época em que a realidade era completamente diferente, mas a Ferrovia Norte/Sul pode ser a grande novidade que a economia do Rio Grande do Sul terá”, pontuou.

Transformar a realidade

Paulo Menzel, conselheiro da Fiergs, trouxe dados alarmantes da realidade das rodovias brasileiras e gaúchas. Segundo ele, o despreparo dos políticos, a falta de interesse da população e o pouco conhecimento que as pessoas têm a respeito da importância da logística para o Estado são os motivos fundamentais para que os gaúchos sejam os que mais pagam impostos e menos retorno recebem. “Não lembramos em quem votamos, nossas estradas estão sucateadas, não cuidamos daquilo que está ao nosso redor e não nos preocupamos em fazer a diferença. Os desafios são enormes, e a realidade nos mostra que temos um caminho muito longo. De qualquer forma, sabemos que essa realidade está aí e precisamos sair do comodismo para agir e colaborar com as mudanças. Só assim teremos resultados diferentes”, afirmou.

Para o representante do Banco Modal de Investimentos Renato Polizzi, os dados negativos são uma oportunidade para a mudança. Assim, ainda que a malha ferroviária brasileira seja pequena e evolua muito lentamente, a demanda por serviços e os números baixos podem ser uma oportunidade. “Por ser menos afetado pelo preço dos combustíveis, o transporte ferroviário é mais eficiente para o transporte da produção. A infraestrutura como um todo, hoje, é um grande desafio, mas também uma grande oportunidade para alavancar o desenvolvimento do país, visto que ainda temos muito que fazer, e isso abre portas para atrairmos empresas e negócios para o país”, avaliou.

A programação continua

À tarde, a programação terá como tema “As alternativas e os benefícios da construção de PPPs na malha rodoviária no norte do RS – o déficit no setor no norte do RS”. A mediação dos debates estará a cargo do jornalista da Rádio Gaúcha Daniel Scola.

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