OPINIÃO

Labirinto

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Na semana derradeira em que estamos, parece que nos encontramos no final do labirinto. Labirinto esse que não tem portas, janelas, corredores, frestas, nenhum espaço em que é permitido o ingresso da luz, de vozes e de paz, o que move o Brasil no campo da política é o ditado popular “matar ou morrer”.

O ambiente político e econômico no Brasil encontra-se carregado, a economia travada, o povo anda triste, angustiado, pois faltam lideranças e criatividade, falta autocritica e falta uma agenda para o Brasil. Sobram o excesso de conflito e a esperança de que Operação Lava Jato não será contida.

Causa calafrios em um momento de estrangulamento político, quando a voz do Deputado Federal Paulo Maluf é algodão em cristais, dizendo “estou fora do mensalão, fora do petrolão, fora da Lava Jato, não estou no Panama Papers e votei a favor do impeachment”. Agora, saí da lista vermelha da Interpol. Só falta o papa Francisco me canonizar''.

De acordo com os Professores Carlos Melo e Milton Seligman do INSPER, “não há capacidade política para construir o entendimento: pelo contrário, as principais figuras da República deixam-se levar por interesses pessoais e se quedam vítimas da própria miopia; escorregam na retórica, agravam a situação e aprofundam o dissenso”.

Parece-me que a única certeza que temos e um longo período de transição. Transição essa que levará tempo, onde as regras institucionais deverão prevalecer, os canais de diálogos necessitam serem desobstruídos, os partidos políticos refundados e seus quadros políticos renovados, a sociedade mais atuante ora criticando, ora aplaudindo, a busca da renovação do congresso nacional e o respeito ao ser humano irão compor um caminho de menos insegurança e somente assim será possível encontrar uma saída para o labirinto no qual nos encontramos.

A certeza é a de que a frase “eu não sabia” passará à história como a frase-lema do Brasil pós-ditadura. Será lembrada quando, no futuro, quiserem recordar a época em que o país era regido pela propaganda midiática. Nem Dilma, PT e Lula, nem Temer, PMDB, Cunha e Renan, poderão dizer a partir do dia 17 de abril a frase “eu não sabia”.

Por sua vez no campo da economia o cenário ainda é incerto, para o Economista Marcos Lisboa Diretor Presidente do Insper, “ as despesas no Brasil crescem por dois motivos principais. Primeiro, por causa das regras de vinculação da despesa pública. À medida que o país cresce, aumentam as despesas com educação, saúde e vários outros programas. Quando o país para de crescer, não é possível reduzir essa despesa. Na média, portanto, essas despesas crescem acima do PIB.

O segundo motivo para o Economista é por causa do envelhecimento do Brasil. Hoje a população em idade para se aposentar cresce quatro vezes mais rápido que a população em idade para trabalhar.

Isso é agravado pelas regras que permitem que pessoas jovens se aposentem. É bom enfatizar: a idade média de aposentadoria por tempo de contribuição é 53 anos para mulheres e 54 para os homens. “Outros países elevaram essa idade mínima para 60, 65 anos e até mais”.

Como sair do labirinto? Essa resposta é difícil de encontrar, o fato é que para cavar uma crise dessa proporção no Brasil tem que ser muito incompetente, parece-me que somente sairemos dela no longo prazo, desde que medidas duras sejam tomadas e a verdade sobre da real situação do país, sejam expostas de forma clara e objetiva para que o conjunto da sociedade possa manifestar-se de maneira clara e objetiva deixando as paixões políticas partidárias para depois.

O Brasil quer respostas, o Brasil e o povo brasileiro precisam de uma nova agenda. A hora de verdade chegou.

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