Qualquer esboço de ingenuidade na linha de ações políticas partidárias ou dialéticas históricas serve apenas para deduções bucólicas. Vejam como é difícil repetir o lamento de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver triunfar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça....o homem chega a desanimar da virtude, ter vergonha de ser honesto!” A advertência soa triste aos nossos ouvidos e parece apenas reprisar que nada podemos fazer. Já ouvi alguém dizer “coitado do Rui!”, referindo-se à irrecuperável índole que assola há séculos o centro do poder. Fala-se no poder econômico. As forças que decidem rumos do país. Num passado bem recente, assistimos o desdém articulado de comandos da opinião pública simplesmente atacando as ideias de Darci Ribeiro que ecoavam na voz de Leonel Brizola falando do urgente socorro às crianças do país. Poucos, entre os barões da opinião pública, assumiram as causas de base para uma nova sociedade. Até a inveja pragmática dos líderes ditos de esquerda conspirou para sufocar a pregação do velho Briza. O lado corrupto do partido governista (PT) deu azo a um novo processo de destruição nutrindo generosamente o serpentário políticos que hoje se escancara na investigação policial. E o PT vem agora derramar queixas por traição de Temer apoiado pela TV Globo e forças alienígenas conservadoras acolitando o intervencionismo iaque.
Ingenuidade
Santa ingenuidade! Qual seria a previsão de Rui para quem ostentou uma estratégia devastadora que revigora o conservadorismo social? O projeto que se prenunciava socialmente conseqüente, que plantou diretrizes transformadoras com inclusão das classes mais pobres - foi destruído pela banda podre inserida no poder. Além disso, os adeptos dos privilégios voltaram revigorados. Lamentar, agora, é ingenuidade! Dizer que o monopólio da comunicação continuará batendo preferencialmente no PT, é dizer o óbvio ululante!
Francisco
A reiteração de Temer para que o Papa Francisco visite novamente o Brasil não funcionou. Caso se abalasse rumo ao nosso país nesta hora, o ato poderia ser “loucura do Chico”.
Foco errado
A onda frenética que criou o ódio virtual ao comunismo como ameaça aos destinos do país revelou terrível engano. Grupos poderosos de poder pregam alucinadamente o medo da subversão via socialismo. Esses mesmos poderosos que sempre souberam enganar o povo, incentivando factóides para um ódio idiota, na verdade destroçaram recursos públicos. Vejam a Odebrecht. Causou mal de difícil recuperação ao povo, sua saúde, educação, moradia, segurança e liberdade. Isso, por desvios que esses grupos protagonizaram, auxiliados por uma elite política corrupta. Então, está explicado que os grupos do MST não formaram criminosos. O crime contra o povo está explicado na zona de poder, que caminha sobre tapetes de luxo, ainda rubente em suor e sangue do trabalhador. A enxada do colono sem terra sofreu campanha injusta e ainda luta para termos terra para produzir, enquanto as potências formadoras assaltam e roubam tudo. Deturpar as idéias é o primeiro passo para a corrupção duradoura. “Homo lupus homini” (o homem é o lobo do homem).
Diminuir o outro
O certo é que não costumamos refletir sobre o modo de nos referirmos ao próximo. Diminuir o prestígio alheio como forma de se promover, não é atitude rara. Está em nosso cotidiano e, normalmente, denuncia falta de valores de quem oprime, mesmo que pareça sem querer. A inquietação não é de hoje. Estão aí as mais diferentes formas de disfarçar nossa intolerância ou falta de respeito. O obeso, baixinho, dono do Fuca, andrajoso, enfim, qualquer diferença no padrão de aparência logo se transforma em instrumento de bullying. Nos relacionamentos informais, surpreende atitude de pessoas que se mostram ávidas em reconhecer alguma doença ou mal ao abordarem amigos ou conhecidos. Ver defeitos no outro virou obsessão. Psiquiatras explicam bem essa história.