Greve geral: promessa de grande paralisação

Professores, trabalhadores do Judiciário Federal, servidores municipais e bancários são algumas das categorias que declararam apoio à manifestação

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Marcada para esta sexta-feira (28), a greve geral inicialmente convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que vem sendo organizada em Passo Fundo por comitês formados por líderes sindicais e movimentos sociais, prevê a adesão de diversas categorias. A paralisação é um ato de manifesto contra a lei de terceirização, a reforma da Previdência e a reforma trabalhista, propostas pelo governo.

Em Passo Fundo, o ato terá início às 8h30min na Praça do Teixeirinha e deve durar até o fim da tarde. Uma caminhada está prevista para acontecer da praça até a Esquina Democrática (entre a Avenida Brasil e a Rua Bento Gonçalves), impedindo a circulação de veículos no local. Por volta das 14h, professores da rede pública e privada planejam ministrar uma aula pública na Praça do Teixeirinha para explicar à população as mudanças previstas nas propostas de reforma e de terceirização. Manifestantes prometem trancar o portão de garagens das empresas responsáveis pelo transporte coletivo do município.

Prefeitura, Câmara de Vereadores, hospitais, postos de saúde e mercados devem funcionar normalmente. Confira as principais categorias que devem aderir à greve:

Transporte coletivo urbano

As empresas Coleurb, Transpasso e Codepas informaram que os ônibus devem circular normalmente, exceto se manifestantes impedirem a saída dos veículos das garagens. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb), Miguel Valdir dos Santos Silva, confirma a informação. “Na última assembleia, a categoria estava dividida, mas provavelmente os ônibus circularão normalmente se houver segurança aos trabalhadores”.

Transporte intermunicipal

Na terça-feira (25), o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) suspendeu a circulação de ônibus intermunicipais nesta sexta-feira, devido às ameaças de intercepção de rodovias em diversas cidades do interior, mas a decisão foi revista pelo governo e a ordem foi revogada. Em nota, o Daer informou que todos os serviços devem funcionar normalmente, preservando o direito dos usuários de viajar através do Sistema Estadual de Transporte Intermunicipal.

Passo Fundo, por ser um polo educacional, recebe grande fluxo de ônibus intermunicipais de associações de universitários. A reportagem do O Nacional entrou em contato com associações dos municípios de Marau, Soledade, Erechim, Tapejara, Lagoa Vermelha e Carazinho; todas garantiram que os ônibus com destino às instituições de ensino localizadas em Passo Fundo funcionarão em seus horários habituais.

Fórum

O Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul (Sintrajufe/RS) também chamou os funcionários para a paralisação nesta sexta-feira. De acordo com a representante local do Sintrajufe, Adriana Fátima Junges, uma portaria foi baixada para que o fórum de Passo Fundo pudesse ser fechado em apoio à greve geral. “Somente 30% do efetivo estará trabalhando para atender a questões emergenciais, o restante deve paralisar”.

Educação: rede estadual

O diretor do 7º Núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), Orlando Marcelino, prevê adesão à greve de todas as escolas estaduais do município. Marcelino ratifica ainda a importância de os educadores se unirem a esta decisão, que representa toda a categoria. O coordenador da 7ª Coordenadoria de Educação, Santos Olavo Misturini, esclarece que as escolas têm autonomia para decidir pela paralisação, desde que as aulas sejam recuperadas posteriormente, cumprindo o calendário escolar.

Educação: rede municipal

Segundo o Centro Municipal de Professores (CMP) de Passo Fundo, 80% das escolas municipais já confirmaram a participação na greve até a tarde de ontem (27). A expectativa é de que mais escolas decidam até a manhã desta sexta-feira pela paralisação, fechando cerca de 90% de escolas aderindo ao ato.

Educação: rede privada

O Sindicato do Ensino Privado (SINEPE) publicou nota em que orienta as escolas a avaliarem as condições de sua localidade para decidir quanto ao funcionamento nesta sexta-feira, salientando o compromisso com o cumprimento do calendário escolar e dos dias letivos. Quanto às instituições de ensino superior de Passo Fundo, a maioria informou que funcionará normalmente, exceto a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), que decidiu pela paralisação em todos os seus campi, e a Universidade de Passo Fundo (UPF).

Embora a reitoria da UPF tenha declarado em nota que as atividades da instituição serão realizadas normalmente, o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS) informou que os professores da UPF decidiram, em Assembleia, pela participação na greve geral. A programação em apoio à greve inclui um grande ato no Ginásio da UPF, às 10h; concentração com outros movimentos de trabalhadores e profissionais da educação, no centro da cidade, ao meio-dia; e por fim, às 19h30min, mais um ato no Ginásio da UPF, oportunidade em que a direção da Universidade falará sobre o fim da filantropia, prevista na reforma da Previdência.

Agências bancárias

De acordo com o presidente do Sindicato de Bancários de Passo Fundo e Região, Dário Delavy, é difícil estimar quantos bancários optarão pela paralisação, mas a expectativa é de que praticamente todas as agências bancárias de Passo Fundo, ao menos no Centro, estejam fechadas nesta sexta-feira.

Servidores Municipais

O Sindicato dos Servidores Municipais de Passo Fundo (Simpasso) manifestou apoio à paralisação e convocou os servidores do município. O presidente da entidade, Everson da Luz, estima que 50% do quadro geral de servidores participe da greve.

Comércio

O Sindicato dos Comerciários de Passo Fundo e Região (SEC-PF) está trabalhando para que o maior número de estabelecimentos comerciais fechem e manifestem-se na greve geral. Segundo o presidente, Tarciel Silva, o SEC e o comitê de organização da greve pretendem visitar lojas e convidá-las a aderirem à manifestação. No entanto, instituições como a Fecomércio, a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) e a Câmara da Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo, orientam que as lojas permaneçam abertas, visando evitar prejuízos – a menos que a greve deixe de ser pacífica e passe a apresentar risco aos trabalhadores.

Bloqueio de rodovia

Na cidade de Pontão, membros de todas as categorias profissionais declararam aprovar a participação na greve geral. A Prefeitura Municipal será fechada, bem como as escolas municipais. O Sindicato dos Servidores Municipais de Pontão (SINSEMP), o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pontão (STR) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) prometem participar de bloqueio na RS324, que liga Passo Fundo a Ronda Alta, em ato público contra as reformas.

Polícia Rodoviária Federal

Sobre os possíveis bloqueios em rodovias, a PRF divulgou uma nota em que esclarece que irá adotar as medidas necessárias para garantir o direito de ir e vir do cidadão. Diz ainda que “quando do conhecimento da PRF sobre qualquer bloqueio de rodovia federal, será adotada, primeiramente, o isolamento e a contenção da área, garantindo a segurança de todos. Segundo, garantir a viabilização de possíveis desvios para permitir a fluidez do tráfego. Posteriormente, irá negociar a liberação do fluxo, dentro das condições legais e de segurança tanto para os manifestantes quanto para os demais usuários da rodovia e dos policiais”.

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