A jovem professora lia pausadamente a história de uma família de filhos pequenos. Recém vindos do jardim da infância, esses momentos (de leitura) eram intercalados às lições de alfabetização, onde letras e algarismos pareciam formas curiosas como o vento aos primeiro tatelar de asas do pássaro ao sair do ninho. A narrativa, no entanto, teve momento impactante no final daquele primeiro capítulo. A mãe, que zelava pelo bem-estar dos pequenos faleceu, após grave enfermidade. A história daquela família prosseguiria em novos capítulos, incluindo o surgimento da madrasta que cuidaria dos infantes. Um menino ingênuo e pacato não saiu da sala de aula ao final do período. Correu incrédulo e indagou à professora: está errado, né? As mães não morrem! Com brandura no tom da voz, a jovem mestra respondeu àquela criança que toda a mãe um dia vai morrer, mas lá do céu ela continuará olhando seus filhos. O garotinho saiu correndo e foi para casa, ofegante e soluçando. Queria ver a mãe, sempre ocupada com o volume de trabalho para atender aos oito filhos. No balde lotado foi jogada a última peça de roupa torcida. “Ajuda, vamos estender isso!” Aquela mãe percebera a angústia do filho e suspendeu repentinamente a tarefa no estendal. Abraçou o menino e disse que viveria muitos anos, até que nenhum dos filhos dependesse dela. Depois anunciou que era hora de fazer a janta. A família estava reunida ao redor da mesa. Eram dez, e nove se sentaram para se servir. Ela era puro zelo. Ao redor da mesa se movia ágil e dizia palavras de paz. “Sem briga”, advertia, e circulava servindo, servindo, servindo e ajeitando talheres. À noite todos dormiam. Um deles, em meio ao sono soluçava. A mãe foi até ele, depositou um beijo doce como favo de mel, acariciou sua mão, e o menino dormiu em sono profundo.
Força natural
A humanidade parece perdida e tresloucada em guerras, ódios, miséria, e incompreensões. E a mulher mãe, tendo ou não gerado um filho, carrega o poder criador. Desempenha a missão de velar pelo ser humano na sua etapa de formação básica. É o desiderato intransferível da capacidade natural. Quem sabe, em nome da esperança, a condução dos humanos possa entender melhor a capacidade feminina! Não se trata de machismo ou feminismo, mas a simples razão deste poder que é a grande dádiva natural, ainda inerte pela insensibilidade na escolha de valores. Se ela pode presidir o momento mais importante da vida, é hora de recorrermos com mais convicção às mães.
Libertação
A data histórica da Abolição da Escravatura lembra a ferocidade da injustiça de estado contra índios e negros durante o período longo e sombrio de nossa Pátria. Os irmãos negros imolados em milhares de martírios escreveram com dor e sofrimento a própria história. Falta à sociedade de melhor sorte vencer o próprio aprisionamento e assentir ao apelo de verdadeira igualdade. Ousamos dizer que já se percebem os primeiros sinais de liberdade e respeito mútuo. Os prepotentes precisam libertar-se da mediocridade urgentemente, porque ninguém vence a esperança.
Promiscuidade
A investigação policial que remexe escândalos recentes é o centro da angústia nacional. Deve ser também a oportunidade real de reforçar princípios, perante todos. A preocupação de Janot, que sugere anulação da medida adotada pelo ministro Gilmar Mendes, beneficiando Eike Batista, adverte para os perigos formais e reais da promiscuidade. Não é simples julgar isso, mas o questionamento é parte da democracia.
Retoques:
- De 2001 a 2013 são mais de 450 mil mortes no Brasil por acidentes de trabalho.
- O desemprego e segurança do trabalhador deveriam ser prioridade ao se falar em reforma trabalhista!
- A Venezuela está sem norte, pelo desemprego e fome. Qualquer argumento ideológico neste momento torna-se secundário se não apresentar solução.